Com dívidas de R$ 43 bilhões frente a aproximadamente 16,3 mil credores, a rede varejista Americanas apresentou nesta quinta-feira (19), junto a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, um pedido de recuperação judicial. A atitude já era esperada, sendo antecipada pela própria companhia, que confirmou uma posição de caixa de R$ 800 milhões, insuficientes para girar o negócio da rede, que inclui lojas físicas e e-commerce.
A tramitação até a homologação do plano é de 60 dias. A solicitação de RJ da Americanas é a maior quarta do país, atrás dos planos da Odebrecht, Oi e Samarco.
No documento em que esclarece os motivos para entrar com o pedido de recuperação judicial, a empresa afirma que apenas o bloqueio dos recursos já tornou “extremamente difícil a continuidade das operações do Grupo Americanas por 30 dias”.
Na quarta-feira da semana passada (11), a Americanas reconheceu em fato relevante a existência de R$ 20 bilhões em dívidas não contabilizadas corretamente. O acontecimento desencadeou uma série de reações, que foram da renúncia do CEO, Sérgio Rial, ao pedido na Justiça para suspender bloqueios ou sequestro de bens por 30 dias.
A estratégica jurídica deu certo na 4ª Vara Empresarial, mas o Tribunal de Justiça fluminense autorizou o banco BTG a bloquear R$ 1,2 bilhão. Em nota, a Americanas alega que parte do seu caixa está “injustificadamente indisponível para a movimentação da companhia desde ontem”.
Os principais sócios da varejista são três dos cinco brasileiros mais ricos, os donos da 3G Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. Especialistas defendem a necessidade de eles aportarem R$ 21 bilhões para salvar o grupo, mas a intenção dos bilionários está em um valor entre R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhões.
Caso a RJ seja aprovada, a Americanas entram no prazo de blindagem, 180 dias em que suas dívidas são suspensas. Na bolsa de valores B3, a ação da empresa será excluída dos índices, incluindo o Ibovespa. Fonte: G1