Raquel Dodge diz não ter dúvida de repasse a Aloysio Nunes, ministro de Temer: ”Incontroverso”

Aloysio Nunes está na mira de Raquel Dodge. Foto: Arthur Max

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou em petição enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não tem dúvidas que o atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB-SP), recebeu R$ 500 mil da Odebrecht em um esquema para financiar sua campanha eleitoral de 2010. “É fato incontroverso que houve o repasse de recursos para a campanha do senador Aloysio Nunes. Resta investigar a origem destes recursos e a finalidade do repasse”, escreveu Dodge ao ministro relator do caso, Gilmar Mendes. O documento é datado do último dia 24. O inquérito sobre o caso foi aberto em março deste ano a pedido do então procurador-geral, Rodrigo Janot, como desdobramento do acordo de delação. Dois delatores da empreiteira informaram à PGR sobre o pagamento a Aloysio. Não há registro na Justiça Eleitoral de doação oficial da Odebrecht para Aloysio na disputa de 2010 ao Senado. Um dos delatores afirmou que repassou os dados sobre Aloysio ao “departamento da propina” da empresa e fez duas entregas, de R$ 250 mil cada uma, para o “representante” do candidato em hotéis da zona sul, não nominados, no segundo semestre de 2010. No sistema de acompanhamento dos pagamentos, Aloysio tinha o codinome “Manaus”. Mesmo salientando sua convicção sobre o repasse do dinheiro, Dodge afirmou também que tanto Aloysio quanto o senador José Serra (PSDB-SP) poderão se livrar de parte das investigações abertas. Os dois tucanos são investigados no mesmo inquérito.