Candidato à presidência da Câmara dos Deputados, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento, diz que o PT é quem decidirá qual posição terá na Mesa Diretora no próximo biênio (2025-27). O argumento do parlamentar para atrair o partido é o de que, em sua aliança, o PT seria a maior legenda, com direito a fazer a primeira escolha de lugar na Mesa.
Isso porque Elmar defende compor um bloco com partidos com assento no governo Lula, o que excluiria o oposicionista PL, maior bancada da Casa. Já no bloco de Hugo Motta (Republicanos-PB) a primazia caberia justamente ao PL, maior partido da Casa. Caso o PT se juntasse a essa candidatura, ficaria com a segunda escolha, por ter a segunda bancada mais numerosa.
Os petistas cobiçam a primeira vice-presidência ou a primeira-secretaria da Câmara. ”Quem vai definir a posição do PT é o próprio PT, que pode escolher ficar na fotografia com os três partidos que apoiaram Bolsonaro em 2022, ou conosco”, diz o líder do União Brasil, referindo-se a PL e PP, que hoje pendem para Motta, além do próprio Republicanos.
Nos últimos dias, o líder do União tem feito um esforço junto a entidades e movimentos de esquerda para ajudar a cortejar o PT, partido com o qual sempre antagonizou na Bahia. Elmar diz que esta desconfiança com a legenda de Lula está superada. “Já foi resolvido, não tem mais nada disso”, declara. Ele também diz que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que anunciou apoio a Motta em uma reunião com líderes partidários, deveria manter-se imparcial na disputa.
”Se ele [Lira] quiser ter uma posição de magistrado, vai levar bem sua presidência até o fim. Se for querer usar a caneta e tomar um lado, vai afastar quem não estiver sob o jugo dele”, afirma.
*por Fábio Zanini/Folhapress