PSL reúne parte da bancada um dia após anunciar apoio a Rodrigo Maia na Presidência da Câmara

Parte da bancada se reuniu na Câmara. Foto: Fernanda Calgaro

Parte da bancada do PSL no Congresso se reuniu nesta quinta-feira (3), um dia após a legenda anunciar apoio à reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em troca de postos de comando na Casa. Segundo o presidente da legenda, o deputado federal eleito Luciano Bivar (PSL-PE), Maia prometeu ao partido a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante, por ser responsável pela análise constitucional de todas as propostas que tramitam na Câmara. Também ficou acordado que a legenda ficará com a segunda vice-presidência da Câmara e a presidência da Comissão de Finanças e Tributação. Com 52 dos 513 deputados, o PSL tem a segunda maior bancada da Casa. Como consequência direta do anúncio de apoio, o PRB, que pretendia lançar candidato próprio, decidiu retirar a candidatura do deputado João Campos (GO), da bancada evangélica, fortalecendo assim o nome de Maia na disputa. O mercado financeiro reagiu com alta da Bovespa, atingindo nível recorde, e queda no dólar. Defensor de medidas liberais na economia, Maia é visto como um fiador das reformas que o governo Jair Bolsonaro precisará aprovar no Congresso, como a reforma da Previdência.

Reação

O acordo com o PSL, porém, irritou uma parte dos partidos que já vinham negociando com Rodrigo Maia, incluindo siglas de oposição, com as quais o presidente da Câmara mantém boa relação. Logo após o anúncio de apoio do PSL, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), eleita deputada na última eleição, fez críticas ao acordo do PSL em troca de cargos. ”Não durou 24 horas o discurso de Bolsonaro de rompimento com a velha política. Hoje foi selado pelo PSL um acordão envolvendo cargos com os partidos políticos que ele tanto criticou para apoiar a reeleição de Rodrigo Maia para a Câmara dos Deputados”, escreveu a petista no Twitter. Segundo o blog da colunista do G1 e da GloboNews Andréia Sadi, o PSOL já colocou à disposição o nome do deputado eleito Marcelo Freixo (RJ). Os dirigentes do partido passaram, inclusive, a conversar com PT, PCdoB e PDT para tentar consolidar uma chapa contra Maia.