Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal pela manutenção da prisão de Geddel Vieira Lima, a Procuradoria-Geral da República atribuiu ao ex-ministro dos Governos Lula e Temer ”sucessividade” de práticas delituosas, todas muito atuais e contrárias ao êxito da persecução criminal’. Na manifestação contra recurso de Geddel, subscrita pelo vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, o Ministério Público Federal rebate os argumentos da defesa do ex-ministro, sustentando a legalidade das duas decisões que determinaram sua prisão preventiva, em um intervalo de dois meses. Geddel está preso desde 5 de setembro, após a apreensão de R$ 51 milhões em dinheiro vivo em um apartamento cedido a ele e a seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB/BA), em Salvador. Nas contrarrazões ao agravo de Geddel, o Ministério Público Federal argumenta que a manutenção da prisão ‘é necessária para preservar a ordem pública e assegurar o cumprimento da lei penal’. O vice-procurador Mariz Maia assinala, no parecer, ”a existência de provas segundo as quais, o ex-ministro manteve práticas delitivas até o dia 27 de outubro. A manifestação aponta suposto constrangimento à mulher do doleiro Lúcio Funaro, ‘para impedí-lo de delatar, a ocultação de milionária de dinheiro, reiteração de peculato no uso de secretários parlamentares para serviços pessoais e apropriação da maior parte dos salários deles, e determinação de destruição de papeis e documentos”. O caso Geddel foi inicialmente investigado na primeira instância, mas acabou deslocado para o Supremo após surgirem indícios de envolvimento de seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima, que detém foro especial na Corte máxima.