A chuva violenta da última sexta-feira (3), que provocou estragos na cidade, deixou a população de Jaguaquara apreensiva diante dos reflexos causados pelo temporal e o clima ainda é de preocupação entre os moradores, que acompanham os dados da meteorologia, apontando chuvas até a próxima sexta-feira. A terça-feira será o dia em que o sol deve aparecer, conforme aponta a previsão do tempo.
Os estragos provocados pela tempestade são perceptíveis em todos os cantos do Município. Mas na sede, os problemas já existentes se avolumaram, com ruas interditadas, pavimentações destruídas, barrancos e muros cedendo e até casas desabaram e outras ficaram na iminência de desabamento em bairros populares. A Prefeitura, até agora, não informou sobre o número de famílias desalojadas, mas equipes da gestão municipal estiveram percorrendo os pontos críticos com técnicos da Defesa Civil do Estado durante o final de semana, com mapeamento de áreas de risco.
Historicamente, as enchentes constituem um grave problema na maior cidade do Vale do Jiquiriçá. Geralmente, sua causa está relacionada com a acumulação da água das chuvas sem a existência de meios necessários para o seu escoamento. O único canal, o Rio Casca, já não suporta o volume de águas que recebe de diversos bairros, que se localizam em partes altas, sobretudo Palmeira, São Jorge, Muritiba, Malvinas e Popular, despejando enxurradas no Centro, que rapidamente apresenta alagamentos em períodos chuvosos.
Para os analistas da topografia de Jaguaquara e dos pontos pluviométricos da cidade, em chuva intensa como a da última sexta-feira, os problemas não são provocados apenas por uma ocorrência natural, e sim por suas particularidades, a exemplo da não construção, ao longo dos últimos 20 anos, de galerias de drenagem de água pluvial na área central.
A cada chuva forte registrada fica mais explicitada em Jaguaquara a necessidade de construção de uma grande obra de tubulações que possam captar, transportar e drenar a águas da chuva das áreas urbanas até o Rio Casca, que inclusive transborda muito fácil e um dos motivos pode ser a ocupação urbana através da expansão imobiliária nos bairros, um crescimento considerado desordenado. *Blog Marcos Frahm