O presidente Michel Temer (PMDB) disse, em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, nesta quinta-feira (3), que a denúncia contra ele por corrupção passiva foi um processo ”talvez kafkiano” de se tentar retirar um presidente da república ”sem um motivo sólido”. Na entrevista, concedida há pouco, Temer disse ainda que se sente fortalecido para aprovar a reforma da Previdência, nega que a distribuição de emendas parlamentares tenha comprado votos de deputados e afirma que ”não seria despropositado pensar em parlamentarismo já em 2018”. ”Vou ser um pouco piegas, mas parece uma coisa kafkiana, começa um processo de tentativa de retirar o presidente da República sem um motivo solido”, afirmou. Segundo Temer, o áudio gravado por Joesley Batista era imprestável e não comprova nenhum crime de sua parte. ”Quem ouve o áudio não verifica nenhum compromisso meu que permitiu esse processo que ninguém sabe bem o por quê (dele) e nem porque prosseguiu”, afirmou. O conceito Kafkiano que o presidente se referiu é oriundo da obra do poeta e escritor tcheco Franz Kafka, que tratou de situações surreais e confusas entre a realidade e a ficção. ”A ideia kafkiana como se o presidente fosse um grande corrupto e o outro fosse o santo da história”, disse, destacando que gravação feita ”por cidadão, que havia confessado milhares de crimes, foi muito bem urdida e articulada”. Segundo o presidente, com a vitória de ontem na Câmara começou a ”derrota daqueles que querem ver prosperar o afastamento do presidente da República”. Temer repetiu que a denúncia é inepta e que as acusações são de natureza política e que tem adotado como regra ”que nada paralisa esse governo”. ”Eu estou há 14 meses no governo, houve fase mais aguda de 70 dias, mas o governo não parou”. Leia mais no Estadão.