Estudantes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Vitória da Conquista, cidade do sudoeste do estado, contam que receberam neste mês de agosto uma nota de despejo para deixarem a residência universitária. O comunicado foi emitido pela Prefeitura de Brumado. Ao site G1, os universitários disseram que não têm condições de manter a moradia na cidade para continuar os estudos, sem a ajuda municipal. Em comunicado, a Prefeitura de Brumado alegou que o corte do aluguel faz parte de mudanças administrativas. O mesmo comunicado, no entanto, diz que a medida faz parte de um projeto de lei, que ainda não foi aprovado mas já está em vigor. Conforme a aluna do quinto semestre de pedagogia, Joanne Vale, 19 anos, os estudantes receberam a nota de despejo no dia 11 deste mês, mas ela foi expedida no dia 4 de agosto. Joanne conta que cerca de 22 estudantes moram na casa com 11 quartos e cerca de 7 banheiros. ”A gente sabe que o aluguel custa R$ 2.300. Nós fomos para Brumado e, quando chegamos na prefeitura para saber da situação, a secretária nos falou que um projeto vai substituir o aluguel, e que prefeitura vai passar a pagar entre R$ 500 a 700 para cada aluno. Ninguém se submeteria a morar em uma casa com mais de 20 pessoas se não precisasse”, disse Joanne. O G1 informou que conversou com a secretária de Educação de Brumado, a educadora Acácia Ribeiro, que disse que a prefeitura vai trocar o aluguel para a bolsa, e que essa só será concedida para estudantes que sejam considerados carentes. A secretária, no entanto, não respondeu quais parâmetros serão utilizados para determinar o que o município considera como carência. Para morar na residência universitária, o estudante precisa levar comprovante de moradia e matrícula da faculdade, conforme Joanne. Ela contou que as ameaças da prefeitura para fechar a casa eram constantes: ”Todo o ano o prefeito fala que vai fechar a casa. Este ano ele foi mais radical”, afirmou a estudante. A Prefeitura de Brumado ficou de encaminhar nota explicando a situação, por meio da Secretaria de Educação, mas até a publicação desta reportagem não houve retorno.