Suspeita de desviar recursos de escolas municipais e foragida desde quinta-feira (20/8), a prefeita de Bom Jardim, há 275 km de São Luís, no Maranhão, pretende se entregar ”o mais rápido possível”, segundo seu advogado. Conhecida por publicar nas redes sociais fotos em que aparece ostentando luxo, Lidiane Leite (PP) é investigada pela Operação Éden, da Polícia Federal, que apura fraudes em licitações, desvio de dinheiro e transferências bancárias irregulares. ”A situação dela é de absoluto sofrimento. Presa, ela já está. Não sei onde ela está, mas sei que ela está em situação de desconforto e querendo um desfecho para isso”, diz o advogado Carlos Sérgio de Carvalho Barros. ”Ela não fugiu premeditadamente, não pensou em fugir, foi uma decisão momentânea, impulsiva. Ela nem sabia do que se tratava a operação.” O advogado afirmou que ela pretende se entregar. Antes, porém, a defesa entrará com um pedido de habeas corpus. ”Ela quer se apresentar, estamos pedindo ao tribunal superior que não haja punição antecipada. Essa prisão é indevida e desnecessária. Ela nunca ameaçou ninguém, não ocultou provas e não causou embaraços”, diz. Lidiane foi afastada da prefeitura em três ocasiões, duas delas a pedido da Câmara Municipal. Em abril de 2014, foi por improbidade administrativa; em dezembro de 2014, após determinação da Justiça; e em maio deste ano, por indícios de corrupção. Na quinta-feira (20), foram presos Beto Rocha, marido da prefeita foragida e seu ex-secretário de Assuntos Políticos, e o também ex-secretário Antônio Cesarino, que havia sido afastado da pasta da Agricultura no ano passado após denúncias de corrupção. Segundo o advogado, a prefeita nega as acusações. ”Estão dizendo que ela ostenta dinheiro público, isso ela não fez. Não se pode prender alguém com base em ‘conversinha’ de Facebook, Whatsapp. Isso não é razoável. Estamos estudando o caso, mas a informação que já temos é que ela não se apropriou de nenhum recurso indevidamente”, afirmou Barros. ”Se houve qualquer irregularidade, erro, dolo, ela quer aprofundar essa investigação, saber como ocorreu, se foi de má-fé”, completou. Informações da Folha de SP.