Em sessão da Câmara Municipal de Jaguaquara na noite desta quarta-feira (16), 12 vereadores ignoraram o parecer do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e aprovaram as contas do exercício 2018, referentes ao segundo ano do último mandato do ex-prefeito Giuliano Martinelli (PP).
As contas rejeitadas pelo órgão técnico entraram na pauta da Casa no dia da sessão, com publicação na manhã de hoje e anúncio feito aos pares horas antes da sessão pelo presidente Nildo Pirôpo (PP). Apenas três parlamentares: Rodrigo (PSD), Dermeval Gama (Republicanos) e Gilmar (PCdoB) seguiram o parecer do Tribunal. As galerias da Câmara não estiveram lotadas, como em tempos anteriores, por causa da pandemia da Covid-19 e os governistas não sofreram pressão.
O ex-presidente Élio Boa Sorte, que integra a base da prefeita Edione Agostinone (PP) e do ex-prefeito, foi o primeiro a se pronunciar, afirmando que o ex-gestor não cometeu ato de corrupção durante o período em que esteve a frete do Executivo e até fez críticas aos técnicos do Tribunal, que opinaram pela rejeição.
O vereador Nei Filho (PP), filho do atual vice-prefeito, que exerceu o mesmo cargo na Casa Legislativa por 16 anos fez efusivos elogios a Martinelli, com petardos direcionados a oposição e chegou a dizer que a decisão estaria refletindo no futuro do Vale do Jiquiriçá, numa clara demonstração de apoio político antecipado a Giuliano, que sonha com uma candidatura de deputado estadual e concluiu destacando que é defensor de ACM Neto, que ganhou destaque até em julgamento de contas.
O filho do vice disse que, qualquer um que assumir o cargo de chefe do Executivo do Município, terá suas contas reprovadas por extrapolação do índice de pessoal, apontado pelos governistas como principal item que gerou a reprovação.
Tonhão, do PP, usou a tribuna livre para explicitar que é bacharel em Ciências Contábeis e teria consciência do seu voto, que conhece a idoneidade de Martinelli e que não há irregularidades no Parecer.
Outro governista a fazer a defesa do ex-mandatário foi Edenilson – Caneço, tendo revelado que teria recebido pedido de alguém que não foi citado nominalmente para que opinasse pela reprovação, mas que Giuliano é um homem honesto, trabalhador e que merece o seu voto.
Caneço ainda alfinetou a oposição, enfatizando que outro ex-prefeito teria desviado recursos do Município e que este sim, merecia reprovação. Ele ainda fez elogios aos vereadores Rodrigo, Dermeval e Gilmar, pela postura firma de forma contrária a Martinelli. Vale ressaltar que, Júnior da Kombi, eleito no grupo de oposição, decidiu contrariar o TCM.
Bode da Saúde disse não estar arrependido, que assistiu a uma reportagem da Record, que revelava prisão de ex-prefeitos, mas que o de Jaguaquara não foi preso. Bode concluiu dizendo que Giuliano teria ido para o lado errado ao seguir Dermeval Gama, que o levou até ACM Neto e seguiu o Parecer do Tribunal. Gama, depois de bombardeado, reagiu: disse que votou por Jaguaquara e inseriu no discurso o cenário político estadual afirmando acreditar que o ex-prefeito de Salvador será eleito governador. ”Giuliano foi quem me procurou e disse que queria conhecer ACM”.
Votaram contra o TCM os vereadores: Nei Filho (PP), Élio Boa Sorte (PP), Nildo Pirôpo (PP), Alex Moraes (PL), Tonhão (PP), Tia Nalva (PP), Jocemar de Oliveira – Júnior da Kombi (PSD), Uelson Souza (PRB), Edenilson – Caneço (PP), Bode da Saúde (PL), Julival do Breguesso (PCdoB), Cristiane Pinheiro (PP).
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