A Polícia Civil de São Paulo indiciou os amigos Gustavo Moreira Cardoso e Felipe Gambeta Malheiro, ambos de 21 anos, sob suspeita de homicídio em razão de um acidente de trânsito na madrugada do último sábado (13), em Guarulhos, que causou a morte de um motorista de aplicativo.
A Polícia Civil não disse se eles já têm advogado, e a reportagem não conseguiu contato com Felipe ou Gustavo. O acidente aconteceu na avenida Dr. Timóteo Penteado. Gustavo e Felipe estavam em um Hyundai I30 que fez uma ultrapassagem em local proibido e colidiu de frente com o Fiat Uno conduzido por Ednaldo de Souza Mendes, 41, conforme imagens de câmeras de monitoramento. Ele era motorista de ônibus e prestava o serviço de transporte por aplicativo para complementar a renda.
Ednaldo foi levado para o Hospital Notre Dame, onde passou por cirurgia, mas não resistiu e morreu. A Polícia Militar foi acionada e atendeu a ocorrência. Felipe, filho do proprietário do Hyundai, afirmou aos PMs que ele dirigia o veículo no momento do acidente. Os amigos foram levados para o Hospital Municipal de Urgências.
Os policiais afirmaram que nenhum dos condutores apresentava sinais de embriaguez ou de que teriam usado outras drogas, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública). Eles não foram submetidos ao teste do bafômetro porque, segundo a Polícia Civil, os PMs afirmaram que não tinham o equipamento.
Em depoimento, Felipe disse que havia mentido e que quem conduzia o carro era Gustavo, que não tem CNH (Carteira Nacional de Habilitação). No momento do acidente os dois voltavam de um bar no qual ficaram por cerca de cinco horas.
Ambos disseram em depoimento que não consumiram bebidas alcoólicas. A comanda do bar, porém, mostra que foram pedidos dois combos de vodka e licor. A conta ficou em R$ 1.170. Além disso, no veículo havia uma garrafa de uísque vazia.
A investigação é conduzida pelo 1º DP de Guarulhos, que ouviu Felipe e Gustavo, policiais militares que atenderam a ocorrência, testemunhas e o dono do bar. A Polícia Civil também conseguiu imagens do estabelecimento e das câmeras dos uniformes dos PMs.
Gustavo e Felipe foram indiciados sob suspeita de homicídio doloso com dolo eventual. Felipe também foi indiciado sob suspeita de fraude processual, por ter mentido sobre a condução do veículo, e crime de trânsito, por entregar o carro a pessoa não habilitada.