A Polícia Federal prendeu a ativista Sara Winter e cumpre mandado de prisão de outras cinco pessoas investigadas por exercerem atos antidemocráticos, em Brasília, na manhã desta segunda-feira (15). A prisão foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Winter é chefe do grupo 300 do Brasil, de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e os outros que tiveram prisão autorizada pelo STF, também são ligados ao grupo. Segundo a investigação do caso, eles são suspeitos de organizar e captar recursos para atos antidemocráticos, e de crimes contra a Lei de Segurança Nacional.
Integrantes do grupo 300 participaram de ato no último sábado (13), quando manifestantes lançaram fogos de artifícios contra o prédio do STF. Em 30 de maio, Sara chefiou uma manifestação com referências a grupos neonazistas e de supremacistas brancos americanos, na Esplanada dos Ministérios.
Sara também foi uma das organizadoras de um acampamento na Esplanada que reunia militantes a favor do governo no início de maio. Quando pediu a desmobilização do acampamento, em maio, o Ministério Público citou uma reportagem da BBC Brasil, na qual Sara Winter reconhece a existência de armas entre os ativistas.
Em um vídeo gravado em frente ao STF, Sara conclama manifestantes a acamparem em frente à casa do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e xinga o ministro. ”A gente sabe onde o Alexandre de Moraes mora, a gente vai acampar lá na frente. Pessoal de São Paulo, saiam da Alesp, acampem na frente da casa do Alexandre de Moraes”, afirmou.
Depois desse vídeo, houve um ato em frente ao prédio em que o ministro mora, em São Paulo, e duas pessoas pelos crimes de desobediência, descumprimento de medida sanitária preventiva e incitação ao crime.
A prisão ocorre dentro do inquérito que investiga o financiamento de protestos antidemocráticos e não tem relação com a investigação sobre a produção fake news. Ao site G1, a defesa de Sara Winter disse ”ainda não ter conhecimento sobre o motivo da prisão”.