A Procuradoria-Geral da República decidiu instaurar inquérito para apurar se a empresa JBS fez pagamentos ao advogado Frederick Wassef, que defendia a família Bolsonaro. A linha de investigação é se esses pagamentos tiveram efeito no acordo de colaboração premiada firmado pela Procuradoria com executivos da empresa.
O caso, divulgado pela revista Crusoé, envolve a quantia de R$ 9 milhões que teriam sido pagos a Wassef, entre 2015 e 2020, para atuar junto à Procuradoria. Segundo a publicação, o presidente Jair Bolsonaro teria pedido diretamente ao procurador-geral Augusto Aras para receber Wassef e tratar do acordo de colaboração da JBS.
De acordo com informações do G1, a PGR afirmou que Aras não recebeu nenhuma solicitação de Bolsonaro, nem participou de nenhuma reunião sobre eventual proposta de repactuação do acordo de colaboração premiada da empresa. Além disso, serão solicitadas informações ao Ministério Público do Rio de Janeiro, órgão que teria identificado os pagamentos por meio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
”Eventual irregularidade poderá reforçar os indícios de omissão nos acordos de colaboração premiada dos executivos da companhia”, disse a PGR em nota.
A PGR disse ainda que Augusto Aras já se manifestou pela rescisão dos acordos com a JBS, através de documentos enviados ao Supremo, e reforçou posição contrária a uma eventual renegociação com os colaboradores.