Às vésperas da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, tenta despolitizar as discussões feitas na empresa sobre uma eventual redução dos preços dos combustíveis. A estatal já enxerga espaço para baixar o valor da gasolina e do diesel, mas enfrenta forte resistência do seu conselho de administração para um movimento nesse sentido. Para amenizar o tom das críticas feitas pelos conselheiros, Bendine encaminhou a eles um e-mail afirmando que ainda não há uma decisão final sobre a redução dos preços e que não deve haver ”qualquer tipo de politização do tema”. ”Estamos todos aqui, diretores e conselheiros, com o objetivo de atender única e exclusivamente os interesses da Petrobras”, escreveu Bendine em mensagem à qual o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, teve acesso. No mercado, o temor de ingerência do governo na estatal fez com que as ações tivessem a maior queda da Bovespa – um tombo de 9%, após duas semanas de alta. Em relatório, o BTG alertou os investidores que “o timing dessa decisão pode ser gravemente mal interpretado” em meio ao processo de impeachment de Dilma. ”É dever dessa diretoria monitorar permanentemente a composição de todos os nossos custos e também o comportamento do mercado. São estes os fatores que norteiam nossa política de preços”, diz o e-mail assinado por Bendine. A Tarde