O deputado federal baiano Jorge Solla (PT) denunciou, nessa quinta-feira (4), que as emendas extraordinárias, abertas nos sistemas de cadastramento de propostas nos ministérios são ”suborno” para que a reforma da previdência seja aprovada no Congresso. A declaração foi dada pelo petista em uma live publicada em suas redes sociais oficiais ao falar sobre o assédio que tem recebido de prefeitos e vereadores para tratar dos novos recursos, que segundo ele, estão disponíveis apenas para os parlamentares que votarem favoráveis à matéria.
”Eu tenho recebido muitas ligações de vocês pedindo para aprovar emendas parlamentares para seus municípios porque os ministérios tão abertos, os sistemas, para novas emendas. Eu quero comunicar a vocês que essas emendas não são as parlamentares normais, que só vão começar em outubro para o orçamento do ano que vem. Isso aí é suborno, é pagamento do voto dos parlamentares que querem votar para destruir a previdência social em troca de R$ 40 milhões”, disse.
Membro da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a reforma da previdência, Solla também denunciou que parlamentares do centrão falam abertamente sobre as emendas em troca dos votos. Segundo o petista, o deputado Giovani Cherini (PL-RS), durante a sessão afirmou que ”aqui nessa casa deputados tem emendas, e é da natureza do processo que a gente resolva problemas dos nossos cidadãos que nos apoiam aqui. Não há nenhuma ilegalidade e nenhuma imoralidade nisso”. “Agora imagine, ele pega R$ 3 milhões e bota para pavimentar uma rua em seu município. Em compensação vai destruir a previdência social, destruir o comércio, gerar desemprego, um impacto negativo na maior parte dos municípios do Brasil”, contrapõe Solla.