Durante uma viagem para a Indonésia nesta quarta-feira (4), o Papa Francisco voltou a criticar casais que optam por não ter filhos e preferem ter bichos de estimação, afirmando que ”isso não pode dar certo”.
Em conversa com o presidente do país asiático, o Papa afirmou que acha louvável que no país as pessoas ainda tenham três ou quatro filhos e apontou que isto deveria ser um exemplo para outros países, onde as pessoas preferem ter gatos ou cachorros. A declaração foi rechaçada por internautas que falaram que o papa estava desatualizado e que as taxas de natalidade do país caíram significativamente nos últimos sessenta anos.
Em suas falas no segundo dia na Indonésia, o Papa também defendeu um maior diálogo inter-religioso, justamente para fazer um contraponto ao extremismo e à intolerância. Além disso, nesta quinta-feira, o líder religioso ainda deve se reunir com representantes das seis religiões oficialmente reconhecidas pelo país.
Francisco é apenas o terceiro papa a visitar a Indonésia em toda a história, depois de Paulo VI em 1970 e João Paulo II em 1989. O país abriga a maior população muçulmana do mundo, com 242 milhões de pessoas, cerca de 87% dos seus habitantes.
Em maio, durante um discurso em uma conferência na cidade de Roma sobre a crise demográfica que assola o continente europeu, o pontífice afirmou que a Europa estava se transformando cada vez mais em um continente “velho, cansado e resignado”. “Os lares estão cheios de objetos e esvaziados de crianças, tornando-se lugares muito tristes. Não faltam cachorrinhos e gatos, faltam crianças”, afirmou o papa.
MARATONA NO SUDESTE ASIÁTICO
A viagem do pontífice através de quatro países do sudeste asiático estava agendada para 2020, mas precisou ser adiada por conta da pandemia de Covid-19. Ainda nesta semana, na sexta-feira, Francisco deve desembarcar em Papua-Nova Guiné, antes de seguir para o Timor Leste e encerrar a sua viagem em Singapura, onde, no dia 13 de setembro, completará um trajeto de 32 mil quilômetros, o maior desde que foi eleito papa.
Está é a quadragésima-quinta viagem do pontífice argentino em seu tempo como papa, e se mostra um desafio devido aos problemas de saúde que tem enfrentado nos últimos anos, tendo deixado de comandar missas por conta de resfriados, além de ter necessitado de intervenção cirúrgica no final de 2023.