Minutos depois da sessão polêmica realizada na Câmara de Maracás, na noite desta sexta-feira (21), a reportagem encontrou o prefeito Paulo dos Anjos (PT), em um bar da cidade, acompanhado do primo e ex-prefeito Nelson Portela (PT), onde ambos comemoravam juntos o resultado da sessão, que acabou em pizza, sem ter sido votado o processo de cassação. Em entrevista, o prefeito reagiu às acusações levantadas pelos vereadores da oposição, de fraude em licitação na Prefeitura de Maracás, para a escolha de uma empresa locadora de veículos, cujo proprietário seria amigo do gestor. O petista disse que há um equívoco em relação à empresa contratada e que todo o processo foi feito de acordo com as exigências da legislação, com transparência, sem haver favorecimento algum. ”Não existiu licitação fraudulenta, porque o nosso trabalho é transparente. O que houve foi inexigibilidade de licitação, dentro das normas legais, porque a lei me dá direito a isso, exigindo a capacidade técnica e essa empresa não é de locação, é de consultoria pública, eles estão equivocados, precisam entender sobre administração”, afirma o gestor, referindo-se aos oposicionistas. ”A empresa tem capacidade, e por isso presta serviços a prefeitura de Maracás, com qualidade comprovada”. Ele destaca durante a sua fala que a empresa apresentou todos os critérios exigidos pelo processo e, ”nós temos em mãos, o relatório de todos os serviços que já foram prestados por ela ao município de Maracás”, justifica. 
Paulo confessa ter entrado com liminar na Justiça local para suspender a sessão e diz que, o presidente da Câmara, que lhe acusa de irregularidades e afirma com veemência que o prefeito se nega a prestar esclarecimentos, nunca lhe convocou para esclarecer os fatos. ”Nós entramos com a liminar, porque nunca fomos convidados para prestar esclarecimentos sobre as denúncias, mas a justiça determinou que poderia ter a sessão e vai julgar o mérito depois. Vamos aguardar agora a decisão da justiça. Eu estou de consciência tranquila e, digo mais, quando a Câmara julgar denúncias com provas, eu pedirei para sair. Eu já fui vereador, fui presidente e sei o que é legislar, mas hoje a Câmara de Maracás não tem direção, porque o senhor presidente, que montou na Câmara um palanque político, não sabe o que é legislar. É difícil para um prefeito ser honesto nesse país, porque vereadores acham que eu, na condição de prefeito, tenho que beneficiar eles e esquecer a população”, diz o alcaide alfinetando os parlamentares da oposição. Nas entrelinhas, ele deixou transparecer que os edis estariam insatisfeitos por não conseguir arrancar do Executivo benefícios próprios. ”Os vereadores da nossa base não foram beneficiados, eles não iriam participar de uma sessão política. O presidente está tão desinformado, que mandou ofício para os vereadores convocando para uma sessão ordinária, sendo que seria extraordinária. Eles estão querendo parar uma administração que trabalha. A prefeitura de Maracás tem nove milhões em caixa, e a transparência incomoda”. 
As notícias relacionadas ao imbróglio que envolve prefeito e vereadores de Maracás repercutem na imprensa, mas Paulo dos Anjos revela que o assunto não lhe tira o sossêgo.”Isso não me impede de trabalhar. Essa meia dúzia de vereadores está criando fato político. Um prefeito não precisa ter maioria na Câmara, tem que ter ao seu lado edis de responsabilidade”, conclui. Agora, cabe aos envolvidos aguardar a decisão judicial sobre as denúncias.
