O governo de Michel Temer (PMDB), que assumiu de forma definitiva a presidência após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), no dia 31 de agosto, não está sendo bem vista pela maioria dos brasileiros. De acordo com uma pesquisa do Ibope, apenas 8% a 19% dos entrevistados aprova como ”ótimo” e ”bom” o mandato de Temer.  Em Salvador e em Aracaju, 8% dos eleitores classificam sua gestão como ótima ou boa – o menor índice entre todas as cidades. Salvador também é a capital com a maior reprovação: 53% consideram o governo ”ruim” ou ”péssimo”. A maior parte dos levantamentos foi feita antes do impeachment de Dilma, quando Temer ainda ocupava o cargo interinamente. O maior índice de aprovação à administração de Temer é registrado em Manaus: 19% a classificam como ótima ou boa. As pesquisas eleitorais têm nível de confiança de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. Elas estão registradas nos tribunais regionais eleitorais (TREs) e no TSE.

O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira (2), em viagem à China, não ver risco de contradições entre seu discurso de unificação e pacificação nacional, e as manifestações que têm ocorrido em algumas localidades do país, feitas contra seu governo.”A mensagem de reunificação e repacificação nacional, que eu lanço, não é em benefício pessoal, mas dos brasileiros. E eu sinto que os brasileiros querem isso. Quem muitas vezes se insurge, como um ou outro movimentozinho, é sempre um grupo muito pequeno de pessoas. Não são aqueles que acompanham a maioria dos brasileiros”, disse Temer a jornalistas que o acompanham na viagem. O presidente negou ter sido surpreendido por suposta manobra no Senado, que resultou na habilitação da ex-presidente Dilma Rousseff para exercer funções públicas. ”Estou acostumado a isso. Estou há mais de 34 anos na vida pública e acompanho permanentemente esses pequenos embaraços que logo são superáveis”, disse Temer. ”Ontem mesmo falei com companheiros do PSDB, PMDB e DEM, e essa questão toda será superada. Não há a menor dificuldade. Não se tratou de manobra. Tratou-se de uma decisão que se tomou. Sempre aguardo respeitosamente as decisões do Senado”, alegou. Segundo o presidente, essa questão entrou, agora, em uma ”seara” jurídica. ”O Senado tomou a decisão. Certa ou errada, não importa, o Senado tomou a decisão. Me parece que ela está sendo questionada agora juridicamente. Então, ela sai agora do plano exclusivamente político para o quadro de uma avaliação de natureza jurídica”, avaliou.

O ex-ministro-chefe do Gabinete Pessoal da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Jaques Wagner (PT), descartou, na manhã desta sexta-feira (2), a possibilidade de assumir uma secretaria na gestão do governador Rui Costa (PT). O ex-governador, porém, mostrou interesse em comandar o diretório nacional do Partido dos Trabalhadores. ”Agora vou me dedicar as campanhas aqui de Salvador e do interior do estado. Eu estava afastado por causa da função que tinha em Brasília. Depois de outubro, vou começar a pensar no que farei. Seguramente, não serei secretário de estado. Não tem sentido, fui governador e ajudei Rui a se eleger e agora não tem sentido. Não é que me diminui ou não. Agora, tem uma possibilidade mais forte de ter uma posição a nível do PT nacional. Tem gente que gostaria que assumisse a presidência do PT nacional, mas é só para o ano que vem, quando termina o mandato de Rui Falcão”, afirmou Wagner, em entrevista à rádio Metrópole. Ainda na entrevista, o ex-ministro chefe não descartou também a possibilidade de disputar uma das duas vagas do Senado nas eleições gerais de 2018. O petista ressaltou, todavia, que primeiro terá que conversar com outras lideranças do grupo, como Marcelo Nilo (PSL) e Otto Alencar (PSD).