Com retorno previsto de Israel neste fim de semana, o governador Rui Costa (PT) chega à Bahia para tentar acalmar os ânimos da base aliada na Assembleia Legislativa. O PP, do vice-governador João Leão, lançou a candidatura de Nelson Leal à presidência da Casa e já angariou os apoios do PCdoB, PDT, e do deputado eleito Júnior Muniz (PHS), irritando o presidente do PT, Everaldo Anunciação, e o senador Otto Alencar (PSD). O deputado Alex Lima (PSB) também não gostou nada das adesões anunciadas e disse ao site bahia.ba que é ”desrespeitoso” tratar do assunto na ausência de Rui. Além de tentar colocar panos quentes na situação dos correligionários, o governador deve tomar medidas contra a crise e uma eventual hostilidade do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Já na segunda-feira (19), às 8h, o governador visita as obras de macrodrenagem para canalização e revestimento na calha do Rio Jaguaribe, no bairro de Piatã, em Salvador.

O secretário executivo da Secretaria Geral da Presidência e atual coordenador de assuntos jurídicos do gabinete de Transição, Pablo Tatim, foi notificado, na quarta-feira (14), pela Corregedoria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sobre a abertura de um processo administrativo disciplinar para averiguar uma suposta irregularidade cometida enquanto ele era assessor especial do Ministério do Trabalho. Ele foi nomeado pelo ministro extraordinário Onyx Lorenzoni, na última sexta-feira (9), para a equipe de transição. Aberta em 2017, a investigação apura procedimentos irregulares em relação ao pagamento de diárias e passagens a Tatim e uma ”nomeação casada”, na qual o ex-assessor teria ido trabalhar no gabinete de um desembargador do Rio Grande do Norte para que houvesse a nomeação da mulher do magistrado no Ministério do Trabalho. Tatim atuou na pasta durante o governo Temer, quando o ministro era Ronaldo Nogueira. Através de nota, a assessoria do secretário executivo disse que a ação é uma tentativa de desqualificá-lo. Tatim terá direito à defesa prévia. Se for comprovada a culpa durante as investigações, que estão sendo feitas por um comitê do MTE, ele deve ser exonerado da equipe de transição.

O presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira (15) que a principal missão de seu sucessor no Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, será manter o país unido e pacificado. Em pronunciamento em cadeia nacional, em comemoração à Proclamação da República, ele defendeu que, passada a eleição presidencial, “a hora da divisão passou” e que torce pelo sucesso do capitão reformado. ”Agora, a missão é manter o país unido e pacificado. A transição de governo que estamos fazendo é das mais civilizadas e cordiais. Torço pelo sucesso do novo presidente. Quero que o Brasil cresça e avance ainda mais do que no período em que estive à frente da administração federal”, disse. Em um recado ao militar, o presidente lembrou a importância do regime democrático e pregou que todos devem ter compromisso com ”o bem estar da nação” e com a ‘valorização da mulher”. ”Vivemos um dos mais longos ciclos democráticos de nossa história que, na verdade, sempre foi repleta de interrupções na normalidade institucional. Nossa Constituição Federal comemorou 30 anos em outubro, provando a vitalidade de nossas instituições”, afirmou. Temer avaliou que o processo eleitoral deste ano ocorreu com ”vigor extraordinário” e que o país ainda tem desafios imensos a superar. ”Ainda há muito a fazer. Trabalharei todos os dias para deixar a casa em ordem e tudo preparado para avançar ainda mais. Afinal, o sucesso do presidente Bolsonaro será o sucesso de todo nosso país”, ressaltou. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, passou o feriado em sua casa no Rio, sem compromissos oficiais. Durante a tarde, ele recebeu visita do pastor Silas Malafaia, um dos líderes evangélicos mais alinhados à candidatura do militar reformado.