O doleiro Alberto Youssef, peça central da Operação Lava Jato, afirmou nesta quinta-feira, 16, em depoimento à Justiça Federal, em Curitiba, que está sendo intimidado pela CPI da Petrobrás e apontou como responsável indireto o nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). ”Eu venho sofrendo intimidação perante as minhas filhas, perante minha esposa, por uma CPI coordenada por alguns políticos e que, inclusive, o nome de um deles foi mencionado aqui por mim”, afirmou Youssef. Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro – que conduz os processos da Lava Jato – ele atacou Cunha e a CPI. “Eu acho isso um absurdo, eu como réu colaborador quero deixar claro que eu estou sendo intimidado pela CPI da Petrobrás por um deputado pau-mandado do seu Eduardo Cunha.” O doleiro não mencionou o nome do parlamentar da comissão a que se referia. Youssef foi o primeiro delator a apontar o nome do presidente da Câmara para beneficiário de propina paga pelo lobista Julio Camargo, como representante de estaleiros asiáticos em contratos na Diretoria de Internacional da Petrobrás – área controlada pelo PMDB, segundo a Lava Jato. Os dois contratos de navios-sonda, para exploração de petróleo, teria envolvido o pagamento de US$ 30 milhões em propina para a Diretoria de Internacional. Segundo o esquema desbaratado pela Lava Jato, parte dos valores da corrupção ficava com o agentes públicos indicados e operadores de propina, e outra parte ia para os políticos e partidos que davam sustentação ao esquema. Nesta quinta-feira, pela primeira vez, Camargo confessou que foi pressionado pessoalmente por Cunha a pagar US$ 10 milhões em propinas atrasadas, em 2011, das quais US$ 5 milhões eram para o parlamentar. Leia mais.