O cirurgião bariátrico Marcelo Zollinger, declarou, em entrevista à Rádio Metrópole FM de Salvador, hoje (7), que os pacientes não devem enxergar o procedimento como um milagre.
Ele defende a necessidade de apoio feito por uma equipe multidisciplinar, feito por profissionais como endocrinologista, nutricionista, fisioterapeuta e psicólogo. Com isso, é possível fazer uma melhor avaliação o paciente no pré-operatório e determinar se é possível realizar o procedimento, a fim de evitar complicações futuras, com sintomas como anemia e até mesmo depressão.
”É por isso que não adianta pensar na cirurgia bariátrica como um milagre. Não adiante pensar com um primeiro foco de ação. Não é de urgência, não é apendicite aguda, não é trauma. Não é um procedimento de primeira instância. Eu digo sempre que é o último ponto de ônibus”, compara Zollinger, que é superintendente-executivo e diretor do Núcleo de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital da Bahia.
Com 20 anos de experiência na área, o cirurgião afirma que o controle do paciente no pós-operatório foi uma das principais evoluções passadas pela execução do procedimento.
”Então na verdade, o problema está na pessoa, por uma série de situações circunstâncias e conjunturais que faz o paciente comer muito e faça menos exercício. Só tem essa equação, como eu digo: o garfo, a mão e a boa. Se não toma conta dessas coisas, você vai engordar certamente”, alerta.
Ele defende a necessidade de tratar a mente do paciente para aceitação do novo corpo que adquire com a cirurgia. ”O que aprendemos é que a cirurgia não confere atestado de que o paciente vai continuar emagracendo pelo resto da vida. Aquelas cirurgias radicais, absolutamente desabsortivas, que aconteciam no início, hoje estão em desuso. Porque se viu que não é fazer com que o paciente não absorva nada que vai fazer com que o paciente tenha boa qualidade de vida”, indicou.