A bancada do PSD na Câmara decidiu apoiar o governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, mas não deve formalizar a decisão por uma questão partidária. Como Bolsonaro não abriu, a princípio, um canal de negociações com as legendas e não deve conceder espaço para indicações políticas, a avaliação é de que não faz sentido arcar com o ônus de eventuais erros da futura gestão. A palavra final sobre integrar ou não a base aliada caberá ao presidente do PSD, Gilberto Kassab. Após reunião com Bolsonaro e o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, integrantes do PSD consideraram que o presidente eleito se posicionou com “humildade” e que a conversa foi “positiva”. Bolsonaro falou genericamente sobe questões econômicas, ambientais e mencionou a necessidade de combate ao que considera ser ideologização nas escolas. Ele não entrou no mérito, por exemplo, sobre a questão da idade mínima para aposentadoria e também não citou pontos de sua proposta. O líder do partido na Câmara, Domingos Neto, disse que Bolsonaro passou a mensagem clara de que vai precisar do PSD. Domingos também afirmou que a bancada sabe que será importante para o País e que não será empecilho para matérias defendidas por Bolsonaro, mas, assim como outros partidos, defendeu uma postura independente de acordo com cada proposta. “Tem um clima majoritário da bancada de apoio ao Bolsonaro, mas só a direção do partido pode falar sobre apoio formal”, disse Domingos. Assim como ocorreu com quase todos os partidos que se reuniram com Jair Bolsonaro nos últimos dias, com exceção do PR, o Podemos também sinalizou apoio ao futuro governo, mas disse que vai manter independência. “A posição oficial do partido é manter a independência, mas vai ajudar o governo”, anunciou a presidente da legenda, deputada Renata Abreu. O líder da legenda, Diego Garcia, disse que haverá apoio “a tudo que é importante para o país”. “Não seremos uma oposição burra, mas não vamos aceitar votações goela abaixo sendo impostas”, declarou Garcia. Até o momento, apenas o PR decidiu integrar formalmente a base aliada do governo.