Na Antena 1, deputado José Rocha critica gestão de Lira em relação ao expediente na Câmara: ”É um absurdo”

Em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, programa da rádio Antena 1, o deputado federal baiano José Rocha (União), criticou a gestão de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, em relação a organização do expediente, período destinado à apresentação de proposições, leitura de ofícios e pronunciamentos. O deputado classificou como ”absurdas” as mudanças realizadas por Lira na organização das sessões.

”Ele suprimiu todo aquele rito que existia no processo legislativo”, diz. Ele relembra como o processo funcionava originalmente: ”Às 14h30 se abriam os trabalhos da Câmara dos Deputados com um pequeno expediente. Em seguida, vinha o grande expediente, e depois, às 16 horas, impreterivelmente, um membro da mesa assumia a mesa para a ordem do dia. Começava a ordem do dia às 16 horas. E por volta das 19h30, no máximo às 20h, todos estavam liberados para ir para as suas residências ou para ir jantar. Isso ele descaracterizou com as convocações das ordens do dia para as 19h30, às 20h da noite”, detalha.

O parlamentar explica que a desorganização dos horários prejudica o trabalho dos legisladores, que são surpreendidos pelas proposições abordadas na sessão. ”Eu não conheço outro parlamento do mundo que faz reuniões só à noite, só o nosso, o brasileiro. Portanto, realmente, é um desrespeito a todos os parlamentares quando não temos tempo e conhecimento para estudar as matérias a serem discutidas e votadas na ordem do dia”, diz. ”A pauta era publicada 24 horas antes, para que o parlamentar possa ler, estudar a matéria e ter como discuti-la nas reuniões. E aí tudo isso foi eliminado pelo senhor Arthur Lira”, completa.

Representante da União Brasil, partido que por boa parte do ano possuía um candidato ao cargo da presidência da Câmara, José Rocha definiu a temática como decisiva para a eleição em 2025. O partido acabou anunciado o apoio a candidatura de Hugo Motta (Republicanos), também apoiado por Lira, mas José Rocha conta que a revisão dos moldes do progressista já foi conversada com o sucessor.

”Isso realmente é um absurdo e não acredito que o próximo presidente vai continuar com esse tipo de coisa. Eu até conversei com ele, com o Hugo Mó, que provavelmente será o futuro presidente, nesse sentido, e ele me garantiu que vai retomar o ritual dos trabalhos que sempre foram realizados na Câmara”, conclui o baiano. *Por Eduarda Pinto