Um tribunal egípcio condenou à morte o presidente deposto do Egito, Mohammed Mursi, por uma fuga em massa de detentos em 2011. No mesmo processo foram condenados outros 105 reus. A organização de direitos humanos Anistia Internacional criticou a decisão, que qualificou de ”fantoche”. A acusação era de que o ex-líder e outros altos membros do seu partido – a Irmandade Muçulmana, hoje banida no Egito – orquestraram uma fuga em massa de detentos em 2011 com o apoio de grupos islâmicos Hamas e Hezbollah. O episódio foi parte da Primavera Árabe egípcia, que culminou com a queda do então ditador Hosni Mubarak após 30 anos no poder. ”Condenar Mohammed Mursi à morte após julgamentos injustos feitos de forma grosseira mostra um total desprezo pelos direitos humanos”, disse Said Boumedouha, vice-diretor da Anistia para o Oriente Médio e Norte da África. ”O processo estava contaminado antes mesmo de ele por o pé no tribunal. O fato de ter permanecido incomunicável sem acompanhamento judicial e não ser representado por um advogado durante as investigações tornam estes julgamentos nada mais que um fantoche baseado em procedimentos nulos e inválidos.” Para a Anistia, o julgamento “mostra o estado deplorável do sistema de Justiça criminal” do país. As sentenças de morte no Egito são levadas para análise do Grande Mufti, a mais alta autoridade religiosa do país. Existe a possibilidade de recurso na Justiça, mesmo que o líder religioso mantenha a decisão. Informações do UOL