Moradores do bairro Casca, em Jaguaquara, devem passar o Natal e Réveillon com o direito de ir e vir praticamente cerceado diante de uma obra inacabada de recuperação da pavimentação na ladeira da Bela Vista, principal via de acesso as localidades de Lindolfo Porto, Alto da Colina e Jatobá.
As obras se arrastam há dois meses, por conta das fortes chuvas que atingiram o Município. A primeira tempestade que teria provocado a interdição ocorreu em (4) de novembro, ocasionando erosão em obras de esgotamento sanitário que eram realizadas por uma empresa de engenharia, KME, contratada pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento – Embasa.
A chuva teria gerado infiltrações que provocaram erosão em valas abertas pela empresa e, consequência disso, ocorreu o bloqueio da via, que atinge milhares de pessoas, prejudicando até o tráfego de pedestres no local. Para acesso às suas residências, moradores proprietários de veículos, além de taxistas e mototaxistas precisam usar uma alternativa que aumenta o trajeto em mais 03 km, passando por uma estrada de chão, com crateras e esgoto a céu aberto, nas proximidades da Escola Municipal Delminda Farias de Almeida, que acolhe crianças carentes do bairro e de uma localidade Quilombola.
A empresa alega que, além das chuvas, enfrentou também a incompreensão de alguns motociclistas, que furaram bloqueios durante o período trafegando por cima da pavimentação em recuperação em paralelepípedo e a previsão é de que o tráfego no local seja liberado a partir de janeiro, quando haverá recomposição da pavimentação asfáltica destruída
A revolta dos moradores gerada pelo atraso da obra aumenta com a proximidade dos festejos de fim de ano, quando famílias recebem visitantes. A Prefeitura, ao longo das últimas semanas, usou sua página na rede social para informar que teria notificado a empresa e que acompanha o andamento dos trabalhos com a Embasa, estatal que historicamente sofre duras críticas pela considerada ineficiência dos serviços prestados aos cidadãos.
Já os moradores, que também usam a internet para reclamação sobre o assunto acusam o poder público local de falha na fiscalização. No entanto, a dissonância entre os discursos sobre fiscalização sem que a população tenha percebido a presença constante de prepostos da Prefeitura cobrando celeridade a empreiteira explicitaram a fragilidade de uma gestão que, para muitos, representa o continuísmo, com a manutenção em cargos, de membros de administrações anteriores.