O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, confirmou nesta segunda-feira (28/11) que o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, entregou à Polícia Federal um gravador digital com registros de conversas que supostamente envolveriam o presidente Michel Temer e Geddel Vieira Lima, ex-titular da Secretaria de Governo. Calero afirma que gravou os áudios após sofrer pressões dos dois por causa da obra do residencial La Vue, em Salvador, que foi barrada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O ministro da Justiça informou que a PF já analisa o conteúdo do gravador, mas que não há definição sobre o prazo de realização da perícia. “Eu não tenho a informação do prazo, a perícia vai analisar, tem que ver a materialidade das gravações, estamos aguardando”, afirmou. Moraes também negou a explicação de Calero de que gravou as conversas por orientação de amigos que trabalham na Polícia Federal. ”O ministro Calero não disse que foi orientado pela PF, é importante colocar bem as palavras. Ele disse que tem amigos na PF e que amigos o teriam orientado. Não é uma questão institucional, é uma questão de amizade e ele nem apontou quais seriam estes amigos. Então, é uma questão pessoal e de amizade dele. Obviamente, se ele apontar os amigos, nós vamos analisar, mas não é uma questão institucional”, avaliou o titular da pasta.