Decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública de Feira de Santana havia determinado a suspensão da Corrida do Jegue programada para este domingo (3), no Parque Coliseu do Sertão. No entanto, mesmo com a determinação judicial, o evento foi realizado e integrou a programação da I Cavalgada Princesa do Sertão.
Um dos organizadores da corrida e filho de Silvério Silva, idealizador do evento, Paulo Silva, disse que a organização não foi comunicada sobre a liminar. Ele também afirmou ter ficado surpreso com o pedido de suspensão, já que houve reuniões com o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e entidades de proteção animal. Ele assegura que o evento, realizado há 48 anos, cumpriu todas as normas de cuidados com os animais, inclusive avaliação com veterinário.
”Oficialmente não fomos comunicados e inclusive estamos surpresos com essa decisão porque nós já tivemos reuniões com o Ministério Público, Sociedade Protetora dos Animais, e eles nos passaram algumas normas e essas normas estão em cumprimento”, declarou em entrevista ao Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias.
”Então você está vendo aqui que todos os animais estão sendo avaliados por veterinário, estão na sombra, estão alimentados, e os corredores não podem usar nenhum tipo de acessório. Eles não usam espora, não usam taca, não usam nada para bater nos animais. É uma brincadeira, um evento cultural, regional, que já realizamos há 48 anos. Inclusive, a corrida de jegue existe no Brasil inteiro e recentemente houve a corrida de jegue em outra cidade, aqui em São Gonçalo, vizinho nosso”, afirmou.
Uma das advogadas responsáveis por peticionar a ação, Carolina Busseni, disse que duas ONGs entraram com o processo assim que tomaram conhecimento da corrida e entendem que eventos desta natureza com animais não devem acontecer. A advogada salientou que o movimento para suspender a cavalgada e a Corrida de Jegue ocorre há um mês, com a participação, também, de pessoas jurídicas, pessoas físicas e da OAB.
Busseni frisou que o pedido de cancelamento no evento não tem nenhum viés político, apenas a preocupação com o bem estar dos animais. A advogada sinaliza ser necessário ter um regramento mínimo para estes tipos de ação. ”A gente precisa de uma documentação mínima, como autorização da Adab e GTA (Guia de Transporte Animal)”, acrescentou ao afirmar que a Corrida de Jegue não apresentou a documentação mínima requerida.
”Esse evento não tem a documentação mínima, não foi apresentada junto à Adab em Feira de Santana nenhuma solicitação de autorização do evento, não tem um responsável técnico, um veterinário definido. Vai ter shows, isso incomoda os animais, coloca em situação de estresse, tudo isso precisa ser avaliado, não só a corrida, mas todo o evento”, afirmou.