Preso desde junho de 2015 no âmbito da Operação Lava Jato, o executivo Marcelo Odebrecht afirmou, em delação premiada, que entregou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva propina em espécie. Segundo a reportagem da revista Época, o maior fluxo de repasses aconteceu entre 2012 e 2013, quando o petista não estava mais no palácio do Planalto. A Polícia Federal já apurou R$ 8 milhões repassados à Lula e o dinheiro vivo fazia parte do “método clássico” da prática corrupta, para evitar registros de entrada e saída de dinheiro. Ainda segundo a publicação, ao todo, a empreiteira deverá reconhecer em delação que pagou cerca de R$ 7 bilhões em propinas no Brasil e no exterior. Os recursos vinham do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o departamento de propina, alimentadas por contas no exterior sob a responsabilidade do executivo da Odebrecht Marcos Grillo, segundo delação de Vinícius Veiga Borin, também da empreiteira. De acordo com a publicação, havia a preocupação em proteger Lula. Depois da prisão de Odebrecht, funcionários da empresa acionaram a ”Operação Panamá”, esquema de emergência para enviar arquivos mais sensíveis à filial da empresa no país caribenho e esconder qualquer prova de transferências financeiras a Lula. A polícia deverá investigar se o repasse pra Lula tem a ver com a Operação Dragão, deflagrada nesta quinta-feira (10/11), quando foram presos os operadores Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran – ambos ofereciam dinheiro em espécie para manter o sistema de corrupção, inclusive, repassando eles mesmos para os agentes públicos.