O ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, confirmou em seu depoimento de delação premiada a versão do ex-diretor da empreiteira, Cláudio Melo Filho, a respeito de um pagamento de R$ 10 milhões feito ao PMDB a pedido do presidente Michel Temer. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, o depoimento, realizado nesta segunda-feira (12) em Brasília, durou pouco mais de três horas. Ele ainda será ouvido nesta terça e as oitivas estão previstas para durar ao menos três dias. Conforme relatado por Melo Filho, Marcelo relatou a negociação do repasse durante um jantar no Palácio do Jaburu em maio de 2014, com a presença do então vice-presidente e do agora ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Marcelo não detalhou a operacionalização do dinheiro, que de acordo com Melo Filho, foi feita por Padilha, que teria pedido que parte dos recursos fossem entregues em São Paulo, no escritório de José Yunes, assessor e amigo de Temer. O pai de Marcelo, Emílio Odebrecht, também já começou a prestar depoimento e foi à sede da Procuradoria-Geral da República (PGR) em Brasília nesta terça. A expectativa é de que ele forneça mais detalhes sobre a relação da empresa com os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e fale sobre a construção da Arena Corinthians, que teria sido uma espécie de presente para Lula, conhecido torcedor do time.