Apesar dos rumores de que estaria à frente das articulações da criação do Partido Liberal na Bahia, o deputado estadual Marcelo Nilo (PDT) negou ter ido a Brasília, ontem, para conversar sobre este assunto com o ministro da Defesa e ex-governador baiano Jaques Wagner (PT) e deputados federais. Nos bastidores é tido como certo que, com a fundação do PL, a sigla servirá de satélite para o PT e para o PSD, partido do senador eleito na Bahia, Otto Alencar, que também esteve em Brasília ontem. Embora negue participação, nos bastidores ventila-se que as discussões pela recriação do PL estão a todo vapor. O deputado Marcelo Nilo disse que não tem previsão de sair do PDT e que sua conversa com Wagner foi a cerca da política ”de maneira geral”. ”Eu não pretendo sair do PDT. Só sairei do PDT se eles quiserem, e eu acredito que não. Meu único problema é com o presidente do partido na Bahia, Felix Mendonça Jr. O restante me dou muito bem. Não estou articulando criação do PL. Fui conversar sobre vários temas e matar a saudade do amigo”, desconversou Nilo à Tribuna da Bahia. Nas últimas semanas, o ex-deputado estadual Cleovan Siqueira, um dos articuladores da criação do Partido Liberal na Bahia, havia confirmado Nilo como coordenador do processo de refundação da sigla. ”Só conversei até agora em Nilo pelo telefone, mas teremos uma reunião em breve, em Brasília e Salvador”, disse Cleovan na ocasião. A possível migração de Nilo para o PL seria uma possibilidade caso o pedetista não consiga a presidência estadual do PDT, como almeja, em disputa com o deputado federal Félix Mendonça Junior. Nos bastidores, tudo leva a crer na aproximação do PL com o PSD, do ministro Gilberto Kassab, e a base petista. O senador Otto Alencar também estaria decidido em recolher assinaturas para instalar a legenda. A reportagem tentou contato com o senador até o fechamento desta edição, mas não conseguiu falar com ele ao telefone. Se criado, o PL deve mirar nos partidos que estão à deriva, abraçar os membros do PSD, e dessa forma enfraquecer a oposição à presidente Dilma Rousseff (PT), na medida que diminui a hegemonia do PMDB no Congresso Federal. Na Bahia, o governador Rui Costa aumentaria sua bancada e provocaria um novo desfalque no prefeito ACM Neto (DEM) ao fortalecer aliados deputados e vereadores. Estes últimos têm papel importante no desenrolar do partido no estado e acelerar o processo.