Mais de 99% das solicitações são atendidas pela Central de Regulação em 2023 na Bahia, diz Governo do Estado

Com 186.606 pacientes atendidos pela Central Estadual de Regulação nos oito primeiros meses de 2023, foi atingida a marca de 99,2% de respostas às 188.116 solicitações feitas por unidades de saúde nos 417 municípios baianos. Para acelerar as transferências e melhorar ainda mais os indicadores, um mutirão está sendo realizado neste sábado (2), com a presença da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, e dos diretores dos maiores hospitais da rede estadual.

O governador Jerônimo Rodrigues também acompanhou parte das atividades. ”A cada sinal recebido, cada ligação atendida, cada botão apertado estamos cumprindo uma missão para salvar vidas”, comentou Jerônimo sobre a atenção permanente da equipe da central.

A secretária estadual de Saúde, Roberta Santana, ressaltou a importância da ampliação de leitos e da equipe de regulação. ”A Saúde é uma prioridade, tanto que já abrimos mais de 500 novos leitos somente este ano, contratamos novos médicos reguladores e hoje são 211 profissionais, bem como ampliamos os contratos de transporte terrestre e UTI aérea. Além disso, criamos políticas de cofinanciamento, a exemplo da hemodiálise, que possibilitou a liberação de 356 leitos hospitalares que estavam ocupados com pacientes renais crônicos que não tinham acesso à diálise ambulatorial em clínicas”.

A ampliação dos serviços de atenção domiciliar, conhecido popularmente como home care, e a implantação da oxigenoterapia domiciliar prolongada, ambos disponíveis nos 417 municípios, tem contribuído para liberação mais célere de leitos hospitalares. Atualmente, 1.078 pacientes encontram-se assistidos em domicílio em 234 municípios, bem como 2.228 pacientes estão em casa utilizando o serviço de oxigenoterapia ofertado pelo Governo do Estado.

A superintendente de Gestão dos Sistemas de Regulação da Atenção à Saúde, Mônica Hupsel, aponta que meta desse mutirão é reduzir em até 50% a demanda de solicitações de ortopedia e neurocirurgia. “Com a presença dos diretores médicos e gerais dos maiores hospitais estaduais, conseguimos, simultaneamente, integrar as equipes e ampliar a resolutividade. No dia a dia já regulamos 50,1% dos pacientes em até 24 horas e 80% em até 72 horas. Situações específicas, como a neurocirurgia, cujo número de especialistas é reduzido tanto na rede pública quanto na privada, o tempo de permanência pode superar as 72 horas”, explica a superintendente.

Na avaliação da diretora-geral do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), Cristiana França, o mutirão é importante para aproximar as equipes que estão na ponta e os médicos da Central. ”No último mutirão ocorrido antes do São João, recebemos 72 pacientes que necessitavam de neurocirurgia, endoscopia digestiva, colonoscopia, CPRE, cirurgia vascular e ortopedia. A meta da equipe do HGCA é sempre se superar”, afirma França.

O diretor-geral do Hospital Geral do Estado (HGE), Márcio Fonseca, relata que somente este ano, o HGE recebeu 6.475 pacientes transferidos pela Central Estadual de Regulação, sendo o maior dentre todas as unidades. ”Nesse mutirão já autorizamos a admissão de pacientes com perfil de trauma raquimedular, ortopédico e bucomaxilo”,, destaca Fonseca.

 

Para a diretora-geral do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), Lucrécia Savernini, “um dos pontos positivos do mutirão é fortalecer o exercício da empatia e compaixão pelo outro. Sabemos que mesmo diante das limitações, é possível fazer sempre um pouco mais, pois o paciente precisa de cuidados e as equipes nos hospitais e na Central trabalham incessantemente para prover isso”, ressalta Savernini.

 

Causas

Cerca de 40% das solicitações atendidas pelos médicos da Central Estadual de Regulação em 2023 foram de pacientes com problemas vasculares, ortopédicos e de clínica médica. A combinação da baixa resolutividade e cobertura na Atenção Primária em alguns municípios, sobretudo os maiores, fazem com que as pessoas não se previnam ou não se tratem adequadamente nos estágios iniciais das doenças, a exemplo da diabetes.

 

“Como consequência, os problemas vasculares com indicação de revascularização e amputação de membros são recorrentes. O mesmo acontece com os acidentes automobilísticos, em especial, com motociclistas. Cerca de 60% das UTIs estaduais são ocupadas com pacientes politraumatizados. Por fim, pacientes que poderiam ser atendidos em unidades municipais para uso de antibiótico apenas e outras situações de menor complexidade, são inseridos no sistema e transferidos para unidades estaduais que poderiam estar dedicadas a pacientes graves”, afirma a secretária.