O vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, João Leão garantiu nesta quarta-feira (24) que as declarações do Presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre a região Nordeste, e seus governadores, não interferirá na maneira como a bancada do PP será orientada no segundo turno da reforma da Previdência.
No Congresso, na votação do primeiro turno do texto proposto pelo governo federal, a legenda apoiou a reforma. ”No PP os deputados são livres, têm uma orientação que é a do partido a nível nacional”, garantiu ao BNews, durante a abertura do III Encontro Nordeste de Advocacia Pública.
De acordo com Leão, o mesmo prognóstico vale para o episódio da inauguração do Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista, na última terça-feira (23), e seus desdobramentos. Alegado que o evento havia assumido um caráter político-partidário, o governador Rui Costa (PT) anunciou que não compareceria na véspera do evento.
Mais exatamente sobre o imbróglio envolvendo o governador e o presidente. Leão lamentou o ocorrido, e se descreveu como alguém de ”outro tempo”, no qual a política era feita com ”respeito” e ”carinho” para com as pessoas. ”Não gostaria de ver essas coisas acontecendo da maneira como aconteceram”, disse.
Questionado mais precisamente sobre Bolsonaro ter utilizado o termo ”Paraíba” para se referir ao Nordeste, Leão preferiu não polemizar e avaliou que o presidente ainda está aprendendo governar. ”Espero que ele chegue lá, e tenho muita vontade que dê certo. Como um bom brasileiro, quero que ele acerte. Agora, ele precisa tomar cuidado com o que diz”, salientou.
Locomotiva
Durante o evento, pouco antes de falar com a reportagem, Leão anunciou que o edital de licitação da ponte Salvador-Itaparica será lançado no próximo dia 2 de setembro. Sobre o assunto, o vice-governador afirmou que o empreendimento irá “dobrar a receita do Estado”, fazendo com que a Bahia passe a ser altamente competitiva.
Usando a analogia do Brasil como um trem, e dos estados da federação como partes deste veículo, Leão avalia que o ex-governador, e atual senador, Jaques Wagner assumiu a Bahia como o ”24° vagão”.
Para ele, este cenário foi revertido ao longo dos anos, e o objetivo é de que o Estado seja “a grande locomotiva do Brasil”, ajudando no desenvolvimento do País com protagonismo semelhante ao do estado de São Paulo.
”Temos algumas coisas nas quais já somos os segundos. Em outras, já somos os primeiros. Em alguns aspectos, passamos a ser a locomotiva”, avaliou.