O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) decidiu nesta quarta-feira (14/12) manter a prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e de sua mulher, Adriana Ancelmo. Cabral está preso desde 17 de novembro, enquanto Adriana foi detida no último dia 6. A Primeira Turma do TRF-2 votou por unanimidade pela manutenção da prisão de Cabral (3 votos a zero), enquanto no caso de Adriana o placar ficou em 2 votos a 1 contra a ex-primeira-dama. ”O brasileiro não suporta mais corrupção. Olhem a situação deste estado. É só culpa do ex-governador? Não sei. Mas aparece isso aqui”, disse o desembargador Paulo Espírito Santo, que confessou ter votado duas vezes no ex-governador. Os desembargadores Abel Gomes, Paulo Espírito Santo e Ivan Athiê tiveram a mesma opinião sobre a manutenção da prisão do ex-governador. Todos seguiram a posição adotada pelas procuradoras da República Monica Campos de Ré e Silvana Battini. Os desembargadores só discordaram sobre a manutenção da prisão de Adriana Ancelmo. Gomes e Espírito Santo mantiveram defenderam a prisão preventiva. Já Athiê votou pela prisão domiciliar da ex-primeira-dama. ”Ele orientou a formação do cartel de empreiteiras. Sérgio Cabral foi responsável por liderar e instalar essa organização no comando deste estado responsável pelo saqueamento dos cofres públicos. É provável que solto, ele destrua provas”, disse a procuradora Monica Ré. A procuradora Silvana Battini afirmou que o esquema de lavagem de dinheiro da quadrilha permanece, mesmo com Adriana Ancelmo presa. ”A polícia apreendeu R$ 53 mil em dinheiro na casa dela, mesmo com as contas bloqueadas. Quem está lavando dinheiro para eles? Isso é preciso investigar”, disse, lembrando dos filhos menores do casal: ”Imagino que as crianças estejam sofrendo. Claro. Mas não podemos fechar os olhos. A família é muito unida. Inclusive na ocultação de ilícitos”, disse Silvana. Cabral foi transferido do complexo penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR ) no último sábado (10), por supostamente receber visitas irregulares na prisão de Bangu 8. O ex-governador responde na Justiça Federal no Rio e em Curitiba por corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A defesa de Sérgio Cabral alega que o seu cliente corre perigo estando preso. Os advogados dizem ainda que o ex-governador não tem envolvimento com os crimes apontados pelo Ministério Público Federal. Já os advogados de Adriana Ancelmo defendem a liberdade da ex-primeira-dama por ela ser mãe de dois filhos menores de 16 anos – essa medida está prevista em lei. Com informações de O Globo