A pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), a Justiça do Rio expediu liminar nesta sexta-feira (4) proibindo a TV Globo de exibir em suas reportagens documentos sigilosos de investigações sobre o político.
A decisão, sigilosa, é da juíza de primeira instância Cristina Feijó. O advogado Rodrigo Roca, que defende o senador, não vai comentar o caso. A TV Globo também ainda não se pronunciou a respeito.
Em nota, a ANJ (Associação Nacional de Jornais) afirmou que ”qualquer tipo de censura é terminantemente vedada pela Constituição e, além de atentar contra a liberdade de imprensa, cerceia o direito da sociedade de ser livremente informada”.
”Isso é ainda mais grave quando se tratam de informações de evidente interesse público”, declarou a associação.
Flávio Bolsonaro é suspeito de liderar um esquema de ”rachadinha” em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio, onde foi deputado até o início de 2019.
Nesta semana, o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção do Ministério Público Estadual do Rio concluiu as investigações, também sigilosas, e encaminhou o caso para o procurador-geral de Justiça do Rio.
Em junho, o Tribunal de Justiça do Rio concedeu foro especial ao hoje senador, o que tirou o caso das mãos do juiz de primeira instância Flávio Itabaiana, que havia mandado prender o ex-assessor Fabrício Queiroz também naquele mês.
No último dia 17 de agosto, o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, determinou em ofício a abertura de apuração de eventuais responsáveis pelo ”fornecimento das informações divulgadas na imprensa sobre o caso das rachadinhas”. A defesa do senador já recorreu ao Conselho Nacional do Ministério Público questionando a divulgação de informações sigilosas da investigação.