O americano Ryan Montoya foi condenado por Júri a pagar US$ 353 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) pelo atropelamento e morte da ciclista profissional Gwen Inglis enquanto dirigia embriagado. O julgamento aconteceu na última quinta-feira (8), nos Estados Unidos. Na ocasião, Michael Inglis, viúvo da atleta, afirmou esperar ”que essa sentença sirva como recado para que as pessoas parem de dirigir alcoolizadas”.
O crime aconteceu em maio de 2021, na cidade americana de Denver. Montoya dirigia seu carro sob o efeito de bebidas alcoólicas e atropelou Gwen enquanto ela praticava seu treino diário de ciclismo em uma estrada próxima a sua casa. A conclusão do processo cível marca o fim de 19 meses de um julgamento que já havia condenado Montoya a oito anos de prisão no âmbito criminal em junho
No Brasil, um caso similar irá a julgamento na próxima quarta-feira (14), no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP): o atropelamento da socióloga e cicloativista Marina Harkot, na capital paulista, em novembro de 2020.
Será julgado o recurso solicitado pelo atropelador de Marina, o empresário José Maria da Costa Júnior, que pede a anulação da decisão de levá-lo ao Tribunal do Júri no processo-crime em que é acusado de dirigir alcoolizado, atropelar, matar e fugir sem prestar socorro à socióloga.
Priscila Pamela, advogada da família Harkot, considera que o que foi obtido pela família de Gwen Inglis no processo americano é difícil de ser alcançado no Brasil. ”Os padrões norte-americanos são muito distintos dos nossos. Por aqui as indenizações são horríveis, muito baixas, e ainda não se entendeu a concepção de dano, mesmo em caso de morte”, disse a advogada à Folha de S. Paulo.
Em comunicado, o pai de Marina afirmou: ”Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para não compactuar com a impunidade do motorista que causou a morte de Marina, terminando como tantos outros casos, impunes”.