Titular do Ministério da Segurança Pública, ao qual a Polícia Federal está vinculada, o ministro Raul Jungmann afirmou nesta segunda-feira que vazamentos de dados sobre o inquérito que investiga o presidente Michel Temer representam um assassinato moral e político do emedebista. Mais cedo, em discurso durante cerimônia no Palácio do Planalto, ele afirmou que Temer era vítima de injustiças. “O presidente tem tido um comportamento impecável e respeitoso a todas as regras a que se vê submetido nos processos que enfrenta. A injustiça vem dos vazamentos diários, e não tem contraparte em termo de detalhes. Vazamentos representam um assassinato civil e político do presidente. Representa uma injustiça e um assassinato moral do presidente e de que qualquer um de nós”, disse o ministro. Jungmann ponderou que não se refere à PF, mas a todas as instituições que devem manter os dados sob sigilo. Ele disse que não só Temer, mas também outros políticos são alvos de “campanha diária” por meio do vazamento de dados sigilosos de investigações. “Não estou fazendo qualquer reparo ao devido processo legal”, afirmou. “É algo que agride a consciência de Justiça. Se, ao final, alguém é absolvido, quem vai ressarcir por tudo o que foi passado? Se for culpado, o processo já é a pena”. O ministro disse não acompanhar passo a passo apurações que ele mesmo determinou à PF por causa de dados do inquérito dos portos, que tem Temer como um dos alvos, os quais vieram a conhecimento público por meio de reportagens. Sobre a impopularidade de Temer, que chegou a 82% conforme a última pesquisa Datafolha, Jungmann afirmou que a popularidade “vem e vai” e que o governo do emedebista “enfrentou muita dificuldade” e “tomou medidas que contrariaram o interesse de corporações”. Jungmann ponderou que Temer “não irá colher os frutos do que está criando”, mas tem responsabilidade com o Estado”. O ministro comparou Temer a um “timoneiro” e afirmou que o presidente “dá exemplo de como enfrentar uma crise”. “Os brasileiros serão gratos por esses dias difíceis e árduos”, disse. O ministro afirmou que o governo federal pela primeira vez dá um rumo no combate à violência no País e que as medidas do governo são suficientes para enfrentar o crime organizado, garantindo “segurança, direito à vida, à tranquilidade e ao sossego”.