
Um jovem oriundo de Jequié foi preso pela Polícia Civil de Minas Gerais suspeito de participação no assassinato da jovem Clara Maria Venancio Rodrigues, de 21 anos, cujo corpo foi encontrado, coberto por uma camada de concreto, na quarta-feira (12/3) no Bairro Ouro Preto, Região da Pampulha, em Belo Horizonte. A Polícia Civil revelou após investigação e prisão do suspeito que o crime foi premeditado. O jequieense Thiago Schafer Sampaio, de 27 anos, confessou que matou a jovem com um mata-leão na noite do último domingo (9), em Belo Horizonte.
Segundo à polícia, Sampaio agiu com um comparsa, Lucas Rodrigues Pimentel, de 29 anos, que também confessou o crime. Pimentel ajudou na ocultação do corpo, enterrado e coberto por entulhos de obra e uma camada de concreto na casa de Sampaio, onde o crime aconteceu. Os dois foram presos e, nesta sexta-feira (14), em audiência de custódia, a Justiça determinou a conversão da prisão em flagrante para preventiva. Com isso, eles seguirão detidos por tempo indeterminado.
O namorado da vítima contou à polícia que estava com a companheira em uma choperia, na última quinta-feira (6), e que ambos viram Sampaio no local. A investigação aponta que ele teria ficado ressentido ao ver o casal, já que foi rejeitado por Clara anteriormente. Usando o pretexto de uma dívida que tinha com Clara, ele atraiu a jovem para o local onde morava no Bairro Ouro Preto, Região da Pampulha, e a matou na cozinha. O corpo foi encontrado pela Polícia Civil dentro do mesmo imóvel, três dias depois.
”Não é um criminoso que a gente está acostumado a lidar. [São] Jovens, sem passagens, […] pessoas acima de qualquer suspeita de cometer um ato bárbaro desse, que envolve até a possibilidade de apologia ao nazismo e à necrofilia. Este caso chocou até os policiais pela frieza que os autuados apresentaram fazendo a narrativa dos fatos”,disse a delegada da Polícia Civil, Alessandra Wilke
Necrofilia e apologia ao nazismo
De acordo com a polícia, antes de o corpo ser enterrado, ele ficou exposto nu, na sala do imóvel, até a tarde do dia seguinte. A polícia investiga de se houve prática de necrofilia (uso de cadáver como objeto sexual).
O relato de um jovem próximo aos suspeitos e de Clara ajudou a polícia a levantar a hipótese. Ele disse que Pimentel tinha revelado anteriormente para uma turma de amigos em comum que desejava ‘praticar um ato de necrofilia’. Na ocasião, ele também fez apologia ao nazismo e teria falado palavras em alemão. Clara teria repreendido Pimentel, que não gostou da reação da jovem. Conforme o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, também um ‘ato falho’ cometido por Sampaio durante o depoimento reforçou a suspeita de necrofilia.
”Ele disse que não bateu foto e não tocou no corpo dela. Isso é o inconsciente dele falando. Ninguém questionou o que ele fez com o corpo. Ele espontaneamente disse que não fez isso”, contou o delegado.
O crime
A jovem Clara Maria Venancio Rodrigues, de 21 anos, foi chamada pelo seu ex-colega de trabalho, Thiago Sampaio, para receber um valor de R$ 400, que ele devia à vítima há cerca de três meses. De acordo com a Polícia Civil, o autor do crime viu Clara com o namorado na noite de sexta-feira (7), e mandou uma mensagem para ela dizendo que tinha o dinheiro para pagar a dívida.
Clara gostou de receber o dinheiro, que, segundo o depoimento do namorado dela, ajudaria a pagar o aluguel. Ela morava com um amigo, no mesmo bairro onde foi assassinada. Clara encontrou Sampaio às 22h45 de domingo, depois que terminou o trabalho, e próximo da kitnet onde ele vivia. Inicialmente, ela não queria ir até o local, mas foi convencida por ele, que teria dito que o dinheiro estava em casa, onde também poderiam fazer uso de maconha.
Segundo a polícia, logo que entrou na kitnet, ela foi atraída até a cozinha, onde recebeu um mata-leão e morreu por estrangulamento. O corpo ficou exposto nu, na sala da casa até a tarde do dia seguinte, quando enterrado em um corredor estreito dentro do imóvel, segundo publicação do G1.