Normalmente calmo, o homem forte do Governo Sérgio da Gameleira, em Jequié, o influente vereador José Simões de Carvalho Júnior (PHS) parece ter perdido as estribeiras ao rebater as acusações feitas a sua pessoa pelo pai do secretário municipal de Infraestrutura Fabrício Borges, o empresário Waldomiro Borges Filho, que o acusou de estar atrapalhando o andamento da administração pública municipal, da qual ambos fazem parte com indicações. Classificado como corrupto, em entrevista, por responder a processo de improbidade administrativa quando José Simões era presidente da Câmara de Vereadores de Jequié, em 2014, ocasião em que o parlamentar chegou a ser afastado do cargo pela Justiça, Carvalho explicou hoje ao jornalista Wilson Novaes Júnior, na Rádio 93 FM, que o processo contra ele ainda não transitou em julgado, e que não foi condenado. Trata-se de um eventual esquema fraudulento de empréstimos pessoais na Câmara, denunciado á época pelo Ministério Público. Ao fazer afirmação de que não cometeu atos de irregularidades no cargo de presidente do Legislativo, Simões bradou contra ”os Borges”, fazendo graves acusações. ”Eu não paguei nada da Câmara com os empréstimos fraudulentos. Você se locupletou do seu irmão para quitar seus débitos fiscais no estado da Bahia com aquele terreno que não vale nada. Viu, seu Borjão. E você vem dizer que sou ladrão, ladrão são vocês, desonestos são vocês, que sempre usaram o poder publico para se locupletarem”, disse o vereador, se referindo ao empresário Waldomiro Borges Filho e ao seu irmão, o ex-governador César Borges, que apesar de não morar na Cidade Sol, de não se envolver nas divergências do irmão com o vereador acabou sofrendo críticas e acusações. Zé Simões relembrou a votação obtida por César nas eleições de 2014, quando foi derrotado na disputa pelo Senado, perdendo em Jequié, sua terra natal, para Walter Pinheiro e Lídice da Mata, seus adversários políticos. Classificou o empresário Borginho de fraco, eleitoralmente, por não ter sido eleito prefeito de Jequié, quando disputou a Prefeitura e chamou o seu filho, Fabrício Borges, de secretário fraco e incompetente, atribuindo ao titular da Secretaria de Infraestrutura o desgaste que o prefeito enfrenta com os camelôs, por ter sido truculento, segundo o edil, no processo de desocupação das calçadas que eram tomadas pelos vendedores ambulantes na área central da cidade e que a prepotência do secretário fez com que os trabalhadores informais descoubessem a decisão da Prefeitura e retornassem as calçadas. Em dado momento da entrevista, o parlamentar chegou a dizer que, do quadro de funcionários da Rádio Cidade Sol FM, emissora pertencente à família Borges, seis pessoas estariam sendo beneficiadas com cargos na gestão pública municipal. Para Simões, que buscou blindar o prefeito das críticas, ”os Borges” se tornaram um fardo pesado dentro do Governo Sérgio da Gameleira, provocando sérios efeitos políticos negativos na base aliada.