Nos bastidores da política em Jaguaquara, aumentam os rumores sobre as articulações de lideranças para as eleições 2024, embora a população não perceba. De acordo com fontes do Blog do Marcos Frahm, o presidente da Câmara, Nildo Pirôpo (PP) e o vice-prefeito Nei Cabeludo (PDT) travam uma disputa silenciosa pela vaga de vice na chapa da prefeita Edione Agostinone (PP), que apesar de evitar comentar sobre as próximas eleições e focar na divulgação do São João e de agendas na capital baiana não descarta disputar à reeleição.
A especulação sobre o assunto tem crescido a ponto de fazer o presidente do Legislativo enfrentar os professores, que protestam pelo Piso Nacional do Magistério, turbinar gastos da Casa com publicidade e não desgrudar da loira em atos da gestão. O movimento de Pirôpo não é fruto de uma investida contra o Cabeludo, que também cola na prefeita e disputa espaços até nas fotos.
A aparição destacada como presidente evidencia uma das principais características de Nildo, o poder de articulação. Pirôpo tem dado visibilidade à Câmara, com o ingresso de novos servidores, concessão de títulos de cidadãos jaguaquarenses e devolução de recursos ao Executivo para obras de pavimentação, construção de pontes e atua como articulador do Governo na Câmara, lugar que conhece como ninguém. Chegou lá em 1996, exerceu apenas um mandato à época, mas retornou em 2008 depois de se licenciar da Secretaria de Finanças da Prefeitura na gestão do então prefeito Ademir Moreira e permanece na vida pública até hoje, exercendo o quinto mandato consecutivo de vereador. Ele tem boas relações em grupos hostis ao time de Edione. Esquerdista de carteirinha, com passagem pelo PT, tem a simpatia do Governo do Estado, que vem abrindo as portas para o município.
Nei, o Cabeludo, não se notabiliza pela questão ideológica como Pirôpo, mas com seu perfil populista, iniciou a carreira transitando na camada mais carente da população e está no poder desde 2004, quando elegeu-se vereador, passando também pela presidência da Câmara, de 2013 a 2015 e chegou ao cargo de vice na eleição mais emblemática da história política de Jaguaquara, em 2020, quando foi beneficiado por presidir o diretório do PDT, sob a liderança do deputado estadual Euclides Fernandes, o que lhe permitiu valorizar o passe, formar aliança com o PP e negociar com o prefeito e líder do ala governista da época, Giuliano Martinelli (PP), a vice, cuja chapa saiu vitoriosa do processo eleitoral, superando a oposição, Raimundo (PSD) e Sara (Republicanos), por uma diferença de 58 votos. Na Câmara, ainda é lembrado e conta com a representatividade do filho, Nei Filho (PP), eleito para o primeiro mandato em 2020. A aposta da família, diz um correligionário, é que o pai permaneça na vice e o filho na vereança. Estratégia: caso Nei seja mantido na chapa, restaria a Pirôpo amarrar a presidência da Câmara pelos próximos dois anos, ou quatro. Tudo vai depender do resultado das urnas e da formação de bancadas.