O presidente da Câmara Municipal de Jaguaquara, durante sessão de votação das contas do prefeito Giuliano Martinelli (PP), na quarta-feira (6), parece ter incorporado o papel de líder do governo na Casa, mesmo estando na cadeira de presidente, e saiu na defesa do chefe do Executivo, que era duramente criticado por parlamentares de oposição. Enfático, Élio Boa Sorte Fernandes (PP) negou ter postergado a votação das contas, que chegaram rejeitadas do Tribunal de Contas dos Municípios – TCM e não perdeu a chance da alfinetada na líder da oposição, a vereadora Sara Helem (DEM), que teria citado em seu discurso que é formada em Direito. Formado em medicina, atuando como médico em unidades hospitalares de Jequié, o presidente afirmou que, a vereadora, na Câmara é vereadora, e não advogada, e que ele, apesar de médico, é também vereador, como os outros edis. ”A Câmara tem procurador jurídico. Para a oposição, você pode dar um avião, que nada está bem. As contas do prefeito Giuliano não foram votadas antes porque não tinham importância. Quem dar importância é a oposição. Nós sabemos que aqui quem fala não é uma advogada, é uma vereadora. Eu tenho que saber por onde trilhar, e aqui eu tenho dois parâmetros, meu procurador jurídico e o meu contador. A câmara faz o seu dever correto e eu estou de consciência tranquila, porque qualquer prefeito que entrar nessa cidade terá suas contas reprovadas pelo índice de pessoal. Nós não somos marionetes. A única coisa que tem nesse parecer das contas de 2014 é o índice de pessoal. Nessa câmara, eu duvido que alguém vai chegar aqui pra falar que o prefeito está cometendo corrupção”, defendeu. Boa Sorte disse ainda que o TCM erra, e que não foi apenas a Prefeitura de Jaguaquara no interior baiano que sofreu rejeição de contas por extrapolação do índice de pessoal. O presidente afirmou que respeita os dois lados, situação e oposição, mas que não aceita injustiça. ”Denegrir a imagem da pessoa é errado. Giuliano não errou e várias cidades da Bahia tiveram contas por índice de pessoal rejeitadas. Então, nós temos que ser coerentes e eu respeito quem fala a favor e quem fala contra. Não tem menino aqui e todos sabem o que estão fazendo. Quem nos colocou aqui foi o povo”, sentenciou Élio, que enquanto discursava era chamado e futuro prefeito, por manifestantes, que se aglomeravam na sede da Câmara, dentre os quais servidores da Prefeitura. As contas foram aprovadas por 12 votos a 2, incluindo o voto de Boa Sorte, que ignorou o parecer do Tribunal.