O prefeito de Jaguaquara, Giuliano Martinelli (PP), agora tem mais um adversário. Influente, popular, amado e odiado como ele próprio se auto-classifica, o ex-gestor do município, Ademir Moreira (PMDB), quebrou o silêncio e desabafou durante uma entrevista concedida ao Blog Marcos Frahm e a Rádio Povo AM, de Jaguaquara, após ter usado a tribuna da Câmara na sexta-feira (23/10) quando respondeu a acusação feita pelo vereador governista Edenilson Brustolin – Caneço do PSL, que teria chamado Ademir de ”um dos maiores ladrões da história desse município”. O ex-prefeito garantiu estar de relações cortadas com o atual prefeito, Giuliano, correligionário do vereador Caneço, que lhe acusou na Câmara.
Ademir, principal apoiador de Martinelli na campanha de 2012, quando o apresentou como seu candidato a sucessão municipal, disse ter sido apunhalado por Giuliano e que não mais marchará com o sucessor nas próximas eleições. ”Como é que eu vou subir num palanque de um grupo, por exemplo, onde tem um aliado de Giuliano que me chama de ladrão? Eu não vou subir num palanque onde tem vereadores que eu ajudei, que o prefeito continua ajudando e que rejeitaram minhas contas”, diz Ademir, tendo afirmado que, apesar de ter seu nome na lista dos ex-gestores baianos sujeitos a inegibilidade por contas reprovadas pelo TCM, tentará na Justiça reverter à situação para candidatar-se a prefeito em 2016. ”Sou candidato a prefeito de Jaguaquara, estou dependendo da justiça e, se me der favorável sou candidato para as próximas eleições e venho para ganhar, mas se não for, vou conversar com meu grupo. Vou pedir desculpas e não apoiarei nenhum dos dois cândidos que estão aí. O que está no poder e o outro, um ex-prefeito que a sociedade já conhece”, afirmou, referindo-se a Giuliano Martinelli e ao ex-chefe do Executivo, de quem foi vice em 2014, Osvaldo Cruz Moraes, que já se apresenta como pré-candidato e vem alardeando aos quatro cantos que quer distância de Ademir. O ex-prefeito também rechaça aliança com o empresário Ricardo Leal (PT), derrotado por Giuliano nas últimas eleições municipais e que, apesar de também enfrentar pendência na Justiça Eleitoral, que o tornou inelegível, se diz ser um dos pretendentes ao cargo de prefeito nas próximas eleições. ”Não procede. Eu estive com Ricardo na eleição de governador. Se eu não for candidato, infelizmente, depois de 28 anos sem perder política, ficarei de fora e não apoiarei ninguém”, garante.