Em desabafo, prefeito diz ter celebrado R$ 14 milhões de convênios, mas recursos não saem

Giuliano desabafa na Câmara. Foto: Blog Marcos Frahm
Prefeito Martinelli desabafa na Câmara. Foto: Blog Marcos Frahm

Sem guardar segredo, num discurso de desabafo, o prefeito Giuliano Martinelli (PP) admitiu, na tribuna da Câmara Municipal de Jaguaquara, quando esteve fazendo a leitura da mensagem do Executivo ao Legislativo durante a sessão solene de abertura dos trabalhos na Casa que, a não transferência de recursos públicos federais para obras no município, inviabilizam sua gestão. Martinelli subiu à tribuna com documentos em mãos, para comprovar, segundo o gestor, que fez a sua parte, com a elaboração de projetos para obras que pudessem contemplar o município em diversas áreas, mas que os recursos estão travados e não são liberados pelo governo. ”Pela crise que passa hoje o nosso país, em nossa Jaguaquara, se pararmos para analisar, teremos a certeza de que em nenhum momento a crise foi vista na proporção que é noticiada. Jaguaquara é diferente, tem um comércio forte, é uma cidade independente, caminha com suas próprias pernas, mas infelizmente, nós, na condição de poder público, sofremos as consequências por não conseguir executar as indicações e requerimentos que, vocês, vereadores, apresentam aqui. Hoje tenho muita tristeza, pois depois de uma votação histórica no município de Jaguaquara, um prefeito transferir para os seus candidatos tamanha votação, e os benefícios não chegam”, lamentou o prefeito, usando a frase ”contra fatos não há argumentos” ao exibir documentos dizendo ser de convênios celebrados junto ao Governo Federal, através da Caixa Econômica Federal, na ordem de R$ 14 milhões, mas sem a liberação dos recursos para execução das obras. ”Hoje Jaguaquara tem 14 milhões de emendas aprovadas, e isso não é da boca para fora, isso aqui é um papel timbrado da Caixa Econômica Federal, e aqui no título diz: ”contrato de repasses celebrado”, que foi no passado e que hoje já é firmado, contra fatos não há argumentos, mas eu fico triste, porque a praça está entregue a comunidade, mas até hoje não foi paga”, esbravejou o pepista referindo-se a obra de reestruturação da Praça JJ – Seabra, executada pela Construtora Terra Santa, mas que ainda não foi quitada pelo Ministério das Cidades. Orçada em R$ 804.728,26, sendo que deste total R$ 64. 378,26 são de contrapartida da Prefeitura, o projeto foi concluído pela construtora sem a liberação de 50% restante dos recursos por parte do Governo Federal, e a Terra Santa cobra a quitação da vívida, o que segundo o prefeito, a Prefeitura não consegue viabilizar, mesmo com visitas acompanhado do  padrinho político e vice-governador João Leão (PP) ao Ministério em Brasília. Ao atribuir ao Governo os entraves da administração pública, Giuliano diz não ter coragem de bater na porta dos munícipes jaguaquarenses para pedir voto caso não cumpra o prometido. ”Muitos comentários surgem na cidade, se Giuliano é ou não candidato, mas eu tenho hoje a consciência tranquila e para a próxima gestão de Jaguaquara, independente do prefeito que for o que temos de convênios celebrados ninguém pode apagar, o próximo vai executar, seja Giuliano, ou seja, lá quem for. Quando me perguntaram se vou disputar novamente a eleição, eu fui claro em dizer, primeiro porque sou temente a Deus e nunca falei mentira. Eu falei que, se o que foi prometido por mim, não for cumprido, eu não tenho coragem de bater na porta das pessoas de Jaguaquara para pedir votos, porque essas pessoas acreditaram em mim, acreditaram na campanha de deputados e eu acho que é muito pouco o que está celebrado na Caixa Econômica. As idas a Brasília não foram em vão, mas dependente de força política para liberação desses recursos”, desabafou. ”O que eu tenho para dizer a vocês é que eu lutei, corri atrás, mas estou muito triste. Jaguaquara tem muitas obras, só falta o governo federal liberar os recursos”,  sentenciou Martinelli, pedindo para que não percam a esperança de dias melhores.