Articulações do grupo governista em Jaguaquara, liderado pelo prefeito Giuliano Martinelli (PP) mostram que o jogo em busca do comando da Câmara de Vereadores está tomando novos contornos.
Antes, as informações eram de uma possível disputa interna entre os vereadores reeleitos Nildo Pirôpo e Élio Boa Sorte, ambos do PP e aliados de primeira hora do atual chefe do Executivo e da prefeita eleita, Edione Agostinone (PP) – o que ameaçava desidratar o bloco dos governistas. Caso haja uma disputa entre Pirôpo e Boa Sorte, o grupo da oposição, que até agora conta com 05 vereadores para a próxima Legislatura poderia ser decisivo no processo de votação, provocando um racha na base, já que Élio, que teria a simpatia da oposição, precisaria buscar apenas dois votos entre os governistas para chegar à presidência.
Agora, circulam nos bastidores da política comentários de que o grupo do PP, que conta com 10 parlamentares, se articula, com a bênção de Martinelli e Agostinone para emplacar o nome de Pirôpo em chapa única, apostando nos votos dos governistas, já que para ser eleito o candidato precisa de maioria simples dos membros da Casa Legislativa, ou seja, 08 votos.
Pirôpo, terceiro mais votado do município, com 938 votos, exercerá o quinto mandato. Foi adversário ferrenho de Giuliano no primeiro mandato do gestor e se tornou aliado na segunda gestão de Martinelli, assumindo o papel de testa de ferro do Governo, como defensor do Executivo e ganhou a confiança do prefeito, chegando a ser cogitado para integrar a chapa majoritária nas eleições 2020, ocupando a vaga de vice da prefeita que venceu o pleito por uma diferença de 58 votos para o segundo colocado e atual presidente da Câmara, Raimundo Louzado (PSD), mas a vaga acabou ficando com o vereador Nei Cabeludo (PDT), que será empossado vice-prefeito.
Élio, que desejava ser escolhido o candidato a prefeito do grupo, conforme declarações do mesmo no período de pré-campanha nas emissoras de rádio, disputou mais um mandato de vereador, sendo o mais votado nas urnas, conquistando 1.190 votos, e vai para o quarto mandato. Ele exerceu o cargo de presidente por duas vezes consecutivas, sendo destacado pela sua postura firme à frente do Legislativo, pelo repasse de recursos ao Executivo para colaboração em execução de obras e, em 2018, apresentou um projeto de emenda à Lei Orgânica, que voltaria a admitir a reeleição da Mesa Diretora, para se manter na presidência. A proposta era pra adequar o Regimento Interno da Casa à Lei Orgânica do Município (LOM) e foi rejeitada pela maioria à época.