Diversos municípios baianos têm atrasado a folha de pagamento dos servidores municipais, conforme tem revelado a União dos Municípios da Bahia (UPB). Os gestores alegam queda de repasses. Há quem diga que, em alguns municípios, trabalhadores temem não receber o pagamento do 13º. Para não piorar a situação, após pressão da UPB, o Governo Federal anunciou o Apoio Financeiro aos Municípios (AFM), e o montante de R$ 186.446.653,03 é a previsão do valor que será destinado e rateado aos 417 municípios baianos. O AFM vai ajudar os municípios fecharem as conta públicas, especialmente no que diz respeito à manutenção dos serviços de saúde, educação e assistência social. Para cerca de 50% das prefeituras, que teriam dificuldade de pagar o décimo terceiro salário, esse repasse vai ajudar muito. Já o Governo do Estado antecipou para o municípios o repasse do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que seria pago em 2 de janeiro. Mas, em Itaquara, no Vale do Jiquiriçá, cidade administrada pelo prefeito mais jovem da Bahia, Marco Aurélio Costa (PSB), e que inclusive receberá R$ 180 mil de socorro financeiro, a crise parece não ser empecilho para o gestor manter o equilíbrio das contas públicas. Em entrevista ao Blog Marcos Frahm, na noite desta quarta-feira (29), quando participava da entrega de uma praça pública na vizinha cidade de Jaguaquara, a convite do prefeito Giuliano Martinelli Marco afirmou que fechará o ano sem restos a pagar e que prezou pela economicidade em seu primeiro ano de gestão. Ao contrário de outros municípios, a Prefeitura de Itaquara não tem enfrentando críticas por atraso de salário, conforme garantiu o alcaide, apesar de lamentar a crise econômico-financeira. ”Nós tivemos um ano de muitas dificuldades por conta da crise financeira em todo o Brasil, principalmente em municípios do Nordeste, com quedas de receitas e isso impactou diretamente nas administrações do Vale do Jiquiriçá e de toda a Bahia. Porém, mesmo com as dificuldades conseguimos manter o pagamento da folha em dia e desenvolver boas ações em várias áreas, como na saúde, na infraestrutura, com construção da ponte do Araponga, recuperação de estradas, realizamos um banho de iluminação em toda a cidade. Na educação, também temos boas ações, pois hoje Itaquara tem uma secretária atuante e que é uma das mais bem avaliadas da região. Também trabalhamos na agricultura, com atenção especial ao homem do campo. Conseguimos implantar o projeto trator solidário, trazer o garantia – safra, padronizar barracas de feira para uma melhor comercialização dos produtos cultivados pelo homem do campo e até o final de dezembros vamos entregar mais uma ponte e uma praça para marcar o último mês do ano”, destacou. Na visão de Marco Aurélio, todos os gestores enfrentam contestações nesse período do ano quando promovem demissões de servidores contratados, como ocorreu também em Itaquara, mas segundo o mandatário, o que lhe habilita a dizer que fecha o ano bem é o fato de não dever aos trabalhadores. ”Infelizmente, com a queda de receitas, o índice de pessoal de qualquer município se torna alto, e quando a gente contrata a gente tem que demitir porque é uma prática normal para fechar as contas públicas, mas o que nos orgulha é que não há notícia de não pagamento por parte da nossa gestão e conseguir pagar em dia numa fase de dificuldades que as prefeituras vivem é um passo importante”, concluiu.