A atriz, cantora e compositora Emanuelle Araújo afirmou durante uma live, nesta quarta-feira (27), que Salvador vive um momento histórico atualmente, devido à aliança entre o prefeito ACM Neto (DEM) e o governador do Estado, Rui Costa (PT), dois adversários políticos, em prol do combate à pandemia do novo coronavírus na capital baiana. Segundo ela, a atitude dos gestores está lhe dando orgulho de ser baiana.
”Eu estou achando histórica essa união do prefeito com o governador em relação a um momento de catástrofe. Sabemos que são opostos e eles simplesmente estão percebendo que existe algo além. Precisa pensar na vida, nas pessoas, na sociedade, precisamos pensar coletivamente. Isso que está acontecendo em Salvador é histórico, está me orgulhando de ser baiana. Isso não está acontecendo em nenhum lugar”, afirmou a artista.
Durante a live, Emanuelle falou sobre a trajetória artística e pontuou que a arte e a política andam juntas, já que, conforme ela, viver é um ato político. Para a atriz, a arte é livre e pode ultrapassar ideologias.
Mencionando a influência da política na arte, Emanuelle Araújo declarou que em breve a arte se tornará uma consequência e resposta ao estado político. Nesse momento de ”negação da arte e ciência”, a cantora defende que os artistas precisam estar andando juntos, mesmo que seja no sentido de inspirar, comungar… Para ela, é preciso circular de acordo com o ”respirar da sociedade”.
”A política se afasta de mim quando é individual. Política é para as pessoas, para coordenar democraticamente, eu acredito na democracia. Estamos em uma fase que precisamos esperar a ciência apresentar dados reais e dizer qual é o caminho. A ignorância hoje está completamente ligada a arrogância”, disse.
Na visão da artista, o momento, apesar de crítico, é uma oportunidade de evolução, um chamado para que a sociedade evolua. Ela defendeu também a importância da arte e cultura nesse momento de pandemia, já que a música, o cinema e outras categorias artísticas estão sendo fundamentais para minimizar os efeitos da pandemia na vida de algumas pessoas.
”A arte está sendo um poço de alívio das nossas agonias, isso é fato. Acho que nesse momento que a gente foi pego de susto, foi tudo muito rápido. Eu percebo que a arte está cumprindo a sua função na sua essência”, afirmou ela.
No bate-papo, Emanuelle comentou sobre como se divide entre a vida de cantora e atriz, além de revelar o desejo de escrever um livro. Ela aproveitou para comentar o processo de transição na carreira de cantora, quando saiu da banda Eva, em 2004, e criou uma banda de samba-rock, explorando outras nuances da música.
Para a artista, a perspectiva de um mundo pós-pandemia é positiva. ”Eu sou otimista por natureza”, refletiu. Com informações do A Tarde