O grupo Baiana System, que também se apresentou na segunda noite do Festival Virada Salvador, falou da expectativa de mais um show na capital baiana e principalmente sobre o processo de coletividade e a importância da propagação da cultura preta, não só através da música.
O vocalista Russo Passapusso afirmou que este é um processo importante de multiplicação. ”Esse processo de coletividade não é só pelas bandas, é pela multiplicação, a ramificação e no sistema que vem com isso, as escolas de samba reggae, as aulas de capoeira, de cultura, com o nosso processo todo cultural. Não tem que ser somente para os artistas, mas para as artes pretas, os coletivos, os grupos”, afirmou.
Já o cantor Vandal, convidado do grupo para a apresentação, foi além e falou das dificuldades do povo negro e da importância da união para conquistas cada vez maiores. ”Não existe porta aberta, vivemos um processo de batalha diária que é romantizado pelas redes sociais, pela falsa vitória. O povo preto tem que entender que tem que ser fazer pelo povo preto, sabemos sim que vai existir o não abraçar, o olhar pouco, o não investimento, mas é de se entender que nós enquanto artistas pretos, quando damos um passo, temos que olhar pra trás e entender: se hoje eu tenho um milhão, eu posso fazer com que um, dois, três até dez, possam também ter a oportunidade de ter esse milhão. Não podemos ficar sempre esperando o governo, a iniciativa privada, se depender de um processo que é ramificadamente branco, a gente vai morrer pensando, sonhando e pedindo”, disse.
*por Bianca Andrade / Sérgio Di Salles