Antes de enviar o inquérito contra o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) à Justiça Eleitoral do estado, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), em sigilo, colheu seu depoimento por escrito. Nem mesmo as partes tiveram acesso completo aos autos da investigação sigilosa, aceita pela ministra Nancy Andrighi em novembro, segundo a Folha de S. Paulo. O STJ também convocou para prestar esclarecimentos Adhemar Cesar Ribeiro, cunhado de Alckmin, e o secretário estadual Marcos Monteiro, ambos acusados de operacionar R$ 10,7 milhões em caixa dois durante as eleições de 2010 e 2014, quando o tucano se lançou candidato a governador de São Paulo. Ao renunciar do cargo para se lançar na disputa pela Presidência da República na última sexta (6), Alckmin perdeu o foro privilegiado. Dois dias depois, o braço paulista da Lava Jato pediu acesso às investigações. Na quarta (11), o STJ decidiu encaminhar o inquérito à Justiça Eleitoral. À Folha, o vice-procurador-geral Luciano Mariz Maia disse que só tinha elementos para apurar caixa dois, e não corrupção passiva: ”Nós não retiramos o ex-governador da Lava Jato. Ele não estava incluído nela”.