Analistas financeiros do setor de telecomunicações voltaram a fazer contas sobre os prós e contras de uma potencial fusão entre a Oi e a TIM, ou até mesmo a compra de uma empresa pela outra. O assunto entrou no radar com a aprovação do plano de recuperação judicial da Oi e a sinalização do governo federal de que promoverá mudanças no marco regulatório do setor, flexibilizando as obrigações das prestadores de telefonia fixa. ”As chances de fusão ou aquisição envolvendo TIM e Oi nos próximos 12 meses aumentaram para 50%”, afirmaram os analistas do Bradesco BBI Fred Mendes e Tales Freire, em um extenso relatório destinado a investidores. O negócio anima investidores, que enxergam chances de criar uma corporação maior, com menor competição no mercado e ganho de sinergias por meio da redução de custos e maior eficiência nos investimentos. A Oi tem a maior cobertura de telefonia fixa do País, o que serve de catalisador para ofertar aos clientes outros serviços fixos, como banda larga e TV paga. Já a TIM tem foco na telefonia móvel e busca aumentar seu portfólio. As negociações entre as duas operadoras ganharam corpo anos atrás, mas acabaram interrompidas. Os analistas do Bradesco BBI relembraram que as negociações não foram adiante devido a uma série de obstáculos, como o endividamento alto da Oi, o desconhecimento sobre o total de dívidas da empresa, bem como a falta de clareza sobre a quantidade de investimentos necessários para a companhia ampliar sua rede e alcançar as concorrentes. Agora, entretanto, o plano de recuperação judicial da Oi homologado na Justiça em janeiro removeu parte desses obstáculos, aumentando as chances de que uma fusão volte a ser discutida, avaliaram Mendes e Freire.