O mercado alerta para o desânimo do brasileiro em usar camisetas nas cores da bandeira brasileira. A oficial, então, corre risco de encalhar pelo preço e por carregar o estigma da CBF que de nacionalismo não simboliza nada, tantos foram os escândalos de corrupção em que se meteu. O esquema de propinas da última Copa no Brasil foi muito mais vergonhoso que o 7 x1 pra Alemanha que mandou nossa seleção de volta para casa com o rabo entre as pernas. Doeu, mas a falta de entusiasmo de muitos brasileiros em se enfeitar para o mundial tem a ver mesmo, com os protestos que potencializaram o golpe de 2016. As cores da nossa bandeira vestiram as manifestações organizadas por movimentos com falso nacionalismo. A turba golpista calou para o governo com mais ministros corruptos por metro quadrado, para a perda de direitos dos trabalhadores, para o desmonte de políticas sociais e sobretudo, para a entrega de riquezas naturais do pais ao capital estrangeiro. Há um sentimento de medo de que quem usar as cores do nosso maior símbolo possa ser confundido com um torcedor do golpe. Houve uma ‘fuleirização’ da nossa bandeira e do conceito de patriotismo. A devoção e o amor a pátria, foram banalizadas ao extremo. Tanto, que na maior vitrine cultural do pais, o carnaval do Rio de Janeiro, a vice-campeã debochou com uma ala dedicada à seleção da Fiesp que lutou para perder direitos. Para assistir aos jogos, sorrir ou chorar, vou me vestir com as cores da bandeira brasileira, mas acrescentarei a frase: não apoiei o golpe. Eles patos, eu canarinho que canta pela soberania do voto e do país. A torcida do golpe é que deve se sentir desconfortável em usar o verde e amarelo. Eu não.
*Por Luciana Oliveira