Família contesta versão da polícia sobre morte de homem de 29 anos em Jaguaquara, após operação

Família de Jerri Machado nega que ele portava arma de fogo

A família de Jerri Machado da Silva, 29, morto em ação policial na última sexta-feira (10) no bairro São Jorge, em Jaguaquara, contesta a versão divulgada pela Polícia Militar sobre a ação de policiais militares. O fato teria ocorrido um dia após o registro de um homicídio no mesmo bairro, tendo a PM informado que foi ao imóvel onde Jerri estava após receber denúncia que o apontava como autor do crime e que as guarnições teriam sido recebidas com disparos de arma de fogo, havendo revide, sendo Jerri alvejado e socorrido ao Hospital, mas que o mesmo não resistiu e foi a óbito depois de socorrido. No entanto, o irmão nega que Jerri Machado estivesse portando arma e diz ainda que a sua mãe presenciou as agressões contra o filho, classificando a ação como cruel e desumana.

Veja o que diz o irmão de Jerri Machado, Pedro Marcos

Iniciarei cumprimentando a todos os leitores e agradecendo o espaço cedido pela equipe do Blog Marcos Frahm.

Bom! sabendo que já é fato notório que a Polícia Militar, através da 3º Cia, no dia 10 de março de 2023, informou para a população Jaguaquarense de que foram recebidos à tiros de arma de fogo pelo meu irmão JERRI que fora assassinado pelos mesmos. É que venho através desse meio de comunicação, apresentar a verdade dos fatos.

Pois, o que REALMENTE aconteceu foi que os Policiais Militares sem apresentar mandado de busca e apreensão, mandado judicial, ou mesmo, autorização dos proprietários para adentrar na casa; invadiram a residência e foram de encontro ao meu irmão JERRI. Portanto, sabendo meu irmão que nada constava em seu desfavor perante a justiça, o mesmo não correu e nem resistiu as ações dos policiais.
No entanto, os policiais mesmo não tendo nenhum motivo, começou a violentar o meu irmão JERRI lhe proferindo várias “coronhadas”, fazendo com que seu rosto ficasse com vários hematomas, e em seguida tirou a minha mãe de dentro de sua própria casa para intensificar os atos de violência.

Contudo, não estando os policiais satisfeitos, um dos policiais caminhara até a viatura que estava estacionada defronte da casa e acionou a sirene, tendo como OBJETIVO principal ocultar o som do disparo de arma de fogo que ocasionou a morte do meu irmão; que fora EXECUTADO, premeditadamente, de forma cruel e desumana na presença da minha mãe que assistiu de perto o desserviço que esses policiais prestam para a população de Jaguaquara-Ba, haja vista, que esses policiais NÃO AGIRAM em legítima defesa, tão pouco no estrito cumprimento do dever legal.

Além do mais, depois desses policiais terem submetido o meu irmão a uma tortura, a um tratamento desumano e degradante e de terem lhe efetuado o tiro de EXECUÇÃO, os mesmos fingindo estar lhe dando SOCORRO, o lançou gravemente ferido e sem ter lhe prestado qualquer procedimento básico de primeiro socorros, no fundo da viatura e o levaram para o Hospital, mas, com a CERTEZA que o mesmo já saíra morto do local, ou seja, só levaram para confirmar o óbito.

Feito isso, passados alguns minutos, os mesmos policiais voltaram até a residência dos meus pais e começaram a destruir alguns objetos sob a justificativa de que estariam procurando algo. Porém, NADA FOI ENCONTRADO. E, em razão disso, pergunta-se: DE ONDE SAIU ESSA TAL ARMA E AS DROGAS QUE OS POLICIAIS ESTÃO ARROGANDO SER DO MEU IRMÃO COM O INTUITO DE LAVRAR AUTO DE RESISTÊNCIA?

Enfim, mesmo não encontrando nada na casa dos meus pais, os policiais se deslocaram para uma segunda casa, a qual é de minha propriedade. E sem apresentar MANDADO JUDICIAL, a invadiram, arrancando o portão do trilho e tomando a força as chaves das mãos de minha mãe. Portanto, depois de ter vasculhado toda casa, NADA FOI ENCONTRADO, porém, vale salientar, que as chaves não foram devolvidas ainda.

Ademais, ressalto que tudo que fora NARRADO ACIMA pode ser PROVADO e servir como lastro probatório para que o MINISTÉRIO PÚBLICO da cidade possa OFERECER A AÇÃO PENAL para apurar as condutas que não só ferem o ESTATUTO DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA, mas, como, também, os direitos fundamentais básicos de qualquer cidadão. Haja vista, existir PROVA DA EXECUÇÃO feita ao meu irmão.

Remato, que trago para todos os leitores a VERACIDADE DOS FATOS DE FORMA IMPARCIAL e que mesmo todos da família estando de luto, venho vos dizer a verdade dos fatos que demonstra o flagrante FORJADO IMPUTADO AO MEU IRMÃO DE QUE PORTAVA ARMA E QUE TINHA EM SUA POSSE DROGAS. Além disso, vale indagar, que a minha mãe, diante de tantas injustiças e atrocidades cometida contra o seu filho, encontra-se psicologicamente abalada e ultrajada pelo ato humilhante que fora submetida.

Aqui quem vus fala é PEDRO MARCOS, não tenho antecedentes criminais e nunca se quer fui abordado por um policial. Mas, vos deixo uma pergunta: Será que se eu estivesse em casa teria o mesmo fim do meu irmão? Enfim, a família fará a sua parte. E esperamos que o Ministério Público faça a sua.

Leia a nota divulgada pela 3ª da PM no dia da ação

Após denúncias anônimas acerca da localização de um indivíduo apontado como autor do homicídio ocorrido na noite do dia 09mar23 e partícipe da mesma modalidade de crime, na madrugada do dia 04mar23, as guarnições de serviço, juntamente com uma equipe da Polícia Civil (DT de Jaguaquara) deslocaram para o ponto indicado na denúncia e lá foram recebidas por disparos de arma de fogo, havendo o revide à injusta agressão; o agressor foi alvejado e socorrido para o Hospital Municipal de Jaguaquara, onde evoluiu a óbito. O fato, assim como todo material apreendido, foi apresentado à Autoridade Competente, na delegacia territorial de Jaguaquara.

Resistente:
▪️um nacional de alcunha “Jerry”

Material Apreendido:
▪️01 revólver de marca Taurus, calibre .38, com numeração suprimida;
▪️02 estojos deflagrados e 02 munições intactas do mesmo calibre;
▪️01 aparelho celular;
▪️14 porções de substância análoga à maconha;
▪️01 porção de substância análoga à cocaína; e
▪️01 porção média de substância análoga ao crack.

PMBA, uma Força a Serviço do Cidadão.